O Papa Francisco pediu que o Sínodo leve "a sério o tempo que vivemos" e não se distancie "da realidade do santo Povo de Deus, da vida concreta das comunidades espalhadas pelo mundo".
Na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, o Papa deu início aos trabalhos do itinerário sinodal, intitulado «Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão», o qual durará 3 anos e está articulado em 3 fases – diocesana, continental e universal.
"Se falta uma participação real de todo o Povo de Deus, os discursos sobre a comunhão arriscam-se a não passar de pias intenções", disse o Papa Francisco.
O Papa reconheceu que "sente-se ainda uma certa dificuldade e somos obrigados a registar o mal-estar e a tribulação de muitos agentes pastorais, dos organismos de participação das dioceses e paróquias, das mulheres que muitas vezes ainda são deixadas à margem". Segundo o pontífice, a participação de todos "é um compromisso eclesial irrenunciável".
O Papa disse que o Sínodo, ao mesmo tempo que proporciona uma grande oportunidade para a conversão pastoral, não está isento de alguns riscos.
O Santo Padre mencionou 3 riscos: formalismo, intelectualismo e imobilismo.
Assim – de acordo com o Papa –, "quando falamos duma Igreja sinodal, não podemos contentar-nos com a forma".
O segundo risco, do intelectualismo, refere-se à abstração, quando "a realidade vai para um lado e nós, com as nossas reflexões, vamos para outro".
O imobilismo, terceiro risco citado pelo Papa Francisco, refere-se ao "é melhor não mudar".
O Papa pediu então que se viva esta ocasião de encontro, escuta e reflexão como um tempo de graça.
"Sim, irmãos e irmãs, um tempo de graça – que nos ofereça, na alegria do Evangelho, pelo menos três oportunidades", afirmou o Papa.