Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 29 Março |
Aleteia logo
Cultura & Viagem
separateurCreated with Sketch.

A comovente história do ícone de Czestochowa de Comblessac

Notre Dame de Czestochowa à Comblessac

Mairie de Comblessac/Jean-Charles Caillard

Maire de Comblessac/Jean-Charles Caillard

Marzena Devoud - publicado em 12/10/21

Há uma bela razão pela qual a famosa imagem polonesa está pendurada na igreja de uma pequena vila francesa

O que liga Comblessac, uma encantadora vila bretã localizada a cerca de 50 km de Rennes, na França, ao santuário mariano de Czestochowa, na Polônia? É um elo que passa pela Segunda Guerra Mundial e testemunha a amizade e a rara hospitalidade dos bretões.

Essa história está estampada em uma parede da igreja de Saint-Eloi. À esquerda do altar, pode-se ver uma pintura representando o ícone de Nossa Senhora de Czestochowa, da Polônia, que pode parecer fora de lugar nesta pequena cidade francesa. Seu destino é extraordinário, refletindo a rica história dos poloneses na França, como Artur Hanula explica em um artigo publicado no site da Missão Católica Polonesa na França.

Em 1o de setembro de 1939, a Polônia foi atacada pelo exército alemão. No dia 3, a França declarou guerra à Alemanha e uma mobilização geral foi decretada.

Apenas três semanas depois, a Polônia se rendeu e o país foi dividido entre a Rússia e a Alemanha. O governo e o exército poloneses fugiram e se refugiaram por toda a Europa.

Acordo

Na França, em 9 de setembro, o embaixador polonês Lukasiewicz e o ministro francês das Relações Exteriores, Georges Bonnet, assinaram um acordo sobre a formação de uma divisão do exército polonês na França. O acampamento militar de Coëtquidan, que estava disponível na época, foi entregue às autoridades polonesas em 12 de setembro para formar uma primeira divisão.

Inicialmente planejado para treinamento, Coëtquidan viu um fluxo de um grande número de poloneses. Os primeiros grupos de voluntários chegaram em 20 de setembro. Havia 22.029 deles na primavera de 1940, de acordo com Jean-Charles Caillard, um fotógrafo apaixonado pela história da região.

Para acomodar todas as unidades no outono de 1939, cinco regimentos foram distribuídos por toda a região. Eles estavam localizados em Guer, Plélan-le-Grand, Mauron, Beignon, Parthenay-de-Bretagne e, por último, Comblessac, onde a 11a companhia de cadetes poloneses estava estacionada. Entre eles estava Stanislas Mikola, pintor especializado em arte religiosa.

Saint-Eloi-painting.jpg

O pintor teve a ideia de fazer uma reprodução do ícone da Virgem de Czestochowa para oferecer ao prefeito da vila de Comblessac.

Em fevereiro de 1940, antes de partir para o front, o exército polonês trouxe solenemente a pintura para a prefeitura como um sinal de gratidão a todos os habitantes da vila.

Embora a pintura ainda seja objeto de grande veneração, agora precisa ser restaurada. Este compromisso foi entusiasticamente assumido pela associação “Quo vadis — seguindo os passos dos poloneses na Bretanha”.

Tags:
ArteCulturaMaria
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia