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Bispos parabenizam a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz

MARIA RESSA

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Zelda Caldwell - publicado em 12/10/21

A jornalista Maria Ressa foi laureada por suas reportagens sobre a "campanha assassina" do regime de Duterte nas Filipinas

O Comitê do Prêmio Nobel anunciou em 8 de outubro que a jornalista filipina Maria Ressa e o editor russo Dmitry Muratov compartilhariam o Prêmio Nobel da Paz deste ano por sua luta em favor da liberdade de expressão.

A Conferência Episcopal das Filipinas (CBCP) parabenizou Ressa pelo prêmio, que foi o primeiro desse tipo a ser recebido por um filipino, e o primeiro em 85 anos a ser concedido a um jornalista em sua atividade.

Coragem

A reportagem investigativa de Ressa sobre os milhares de assassinatos cometidos pelo regime do presidente Rodrigo Duterte lhe renderam elogios dos bispos por sua coragem.

Em sua declaração, os bispos também destacaram a importância de uma liberdade de expressão.

“Somos gratos à Sra. Ressa, que, juntamente com muitos dos ilustres e dedicados membros do Jornalismo, discerniram os sinais dos tempos e responderam corajosamente e continuam a responder a esse chamado em particular”, disseram os prelados, segundo UCANews.com.

“Esperamos que este importante reconhecimento — o primeiro para um filipino — fortaleça a convicção do nosso povo de construir uma nação onde o jornalismo seja livre, a serviço da verdade, do bem e da justiça.”

Ambiente hostil

As Filipinas têm sido um ambiente hostil para os jornalistas desde que o regime de Duterte chegou ao poder em 2016. Duterte acusa Ressa e seu site, Rappler, de serem um “foco de fake news” financiado pela CIA. Ele também xingou os jornalistas com palavrões pesados e afirmou que eles não deveriam estar “livres de serem assassinados”.

No ano passado, Ressa foi condenada por um tribunal de Manila a seis anos de prisão por difamação cibernética. A sentença foi condenada por grupos internacionais de direitos humanos, incluindo Human Rights Watch, Anistia Internacional e Repórteres Sem Fronteiras, que chamaram a decisão de “um pesadelo kafkiano”.

O presidente Duterte ficou primeiramente em silêncio sobre o prêmio de Ressa até essa segunda-feira, quando seu gabinete parabenizou Ressa, considerando a premiação “uma vitória para uma filipina”.

Porém, o porta-voz de Duterte, Harry Roque, acrescentou: “mas é claro que ainda há indivíduos que sentem que Maria Ressa ainda precisa limpar seu nome perante os tribunais.”

Tags:
ComunicaçãoliberdadePaz
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