Crise política em diversos países do mundo, caos e devastação ambiental, uma pandemia que recentemente atingiu a marca dos 600 mil mortos no Brasil. Vivemos em um tempo que em muito se assemelha ao contexto em que ocorreu o chamado Milagre do Sol, a última das seis aparições de Nossa Senhora na Cidade de Fátima, Portugal, em 13 de outubro de 1917, época marcada pela Primeira Guerra Mundial e pelo início da pandemia da gripe espanhola, que fez 50 milhões de vítimas no mundo – quase dez vezes o total de mortes por covid-19 até o momento. E em meio à não menos nebulosa era atual, estreia em circuito nacional o filme Fátima – A História de Um Milagre, trazendo esperança às salas de cinema em tempos de incerteza e renovando a fé no futuro, como aconteceu no episódio há mais de 100 anos. Em momentos de dor, a fé torna-se conforto para sair do sofrimento e incentivo para perseguir um futuro melhor.
O filme remonta a história de Lúcia, Francisco e Jacinta, três pastorinhos com idades entre 7 e 10 anos de idade que testemunharam seis aparições de Virgem Maria entre 13 de maio e 13 de outubro de 1917. Eles disseram à comunidade terem visto uma mulher vestida de branco, que teria aparecido enquanto pastoreavam ovelhas pedindo que rezassem o terço e fizessem penitência pela paz. Muitos duvidaram deles e questionaram sua visão, até que em sua sexta e última aparição, Fátima tornou-se palco de uma peregrinação e estima-se que mais de 50 mil pessoas testemunharam a aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria. Muitos afirmaram ter visto o Sol em formato de disco girando no céu, acompanhado de luzes multicoloridas – por isso o caso ficou conhecido como Milagre do Sol. O filme é baseado no livro de uma das pastorinhas, Memórias da Irmã Lúcia, que contou ter visto A Sagrada Família, São José, Jesus e Nossa Senhora abençoando o mundo.
Fátima – A História de Um Milagre não só chega aos cinemas em um momento tão necessário, como o faz por meio de grandes atores do cinema internacional. Filmado em inglês, o longa traz o excelente Joaquim de Almeida, astro português que decolou internacionalmente após intepretar o vilão Bucho em A Balada do Pistoleiro (1995), de Robert Rodriguez, na pele de Padre Ferreira. Arturro é interpretado pelo ator croata Goran Visnjic, conhecido pela série E.R., ou Plantão Médico, em português. O veterano Harvey Keitel, de Pulp Fiction (1994), faz uma ponta como Professor Nichols, e a brasileira Sônia Braga, que brilhou no recente Aquarius (2016), vive Irmã Lúcia. Dirigido por Marco Pontecorvo, o filme recebeu uma carta de felicitação pelo projeto assinada pelo reitor do Santuário de Nossa Senhora de Fátima.