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Só há cura e testemunho quando há dor

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Shutterstock | Africa Studio

Talita Rodrigues - publicado em 14/10/21

Devemos ter a consciência de que a dor foi feita para ser sentida, queiramos nós ou não. Enquanto tentarmos negá-la, a nossa vida continuará em escalas de cinza

Quando vivenciamos um processo de dor, queremos logo acabar com isso. É tanta, mas tanta dor que ela se torna imensurável.

Diante da dor, a vida fica escura e fosca. Ela nos cega de uma forma, que fica difícil ver a luz do dia. E não interessa o que as pessoas nos digam, simplesmente nada adianta ou acaba com o sofrimento.

É por isso que devemos ter a consciência de que a dor foi feita para ser sentida – queiramos nós ou não. Enquanto tentarmos negá-la, fugir dela ou deixá-la num canto, a nossa vida continuará em escalas de cinza. 

Sempre digo aos meus pacientes que a dor vai batendo na porta do nosso coração, até que a gente abra a porta dele para senti-la e deixar que ela tenha o papel que deve ter em nossas vidas.

Enquanto não abrimos a porta do coração, a dor insiste. Bate, bate e bate. Até que, num dia qualquer, ela simplesmente arromba a porta do nosso coração. E quando arromba, ela vem em forma de depressão, angústia, ansiedade, entre outras emoções e transtornos psíquicos.

Infelizmente ou felizmente, nunca conseguiremos escolher o que sentir. Se você escolhe sentir, você escolhe bancar com a dor e com a alegria. Se você escolhe não sentir, você banca com uma vida vazia de emoções. Sentir é tudo ou nada. Não existe meio termo. 

Acredite, eu sei o quanto nós temos a errônea mania de fugir das dores. Porque elas doem demais. É ruim e dilacera o nosso coração. Inclusive – arrisco dizer – que a dor de uma perna quebrada dói menos do que a dor de um coração partido.

A dor da alma

É por isso que me refiro aqui à dor da alma. Deus permite noites escuras da alma, que assolam o nosso coração. É um período de deserto, onde não entendemos os porquês e os “nãos” de Deus. Isso acontece, em especial, quando enfrentamos a aridez da fé. Deus permite que, em alguns períodos, vivamos pelo sentimento, ou seja, sentimos Deus muito próximo de nós, apesar da dor.

Contudo, Deus também permite o período de aridez. Isto é: sofremos, mas não sentimos Deus. A aridez destrói nossa capacidade de sentir, e nos obrigada – de alguma forma – a viver somente pela fé.

Nunca saberemos o papel de cada sofrimento em nossas vidas. Mas de uma coisa eu tenho certeza: só há cura e testemunho quando há dor. 

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