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Casar de novo não significa que você não ama mais seu primeiro cônjuge

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Mathilde de Robien - publicado em 18/10/21

Uma psicóloga e escritora acredita que seu primeiro marido, já falecido, intercede por ela e abençoou seu segundo casamento

Elisabeth Mathieu-Riedel, psicóloga e médica de formação, autora de dois livros (em francês) sobre o luto, viu-se viúva aos 65 anos, após 21 anos de casamento feliz com Alain, seu primeiro marido.

Confiando na intercessão de Alain e segura das promessas de Cristo de preencher o vazio em seu coração, ela conheceu providencialmente Jean-Pierre, também viúvo, e se casou novamente dois anos depois. Ela conta à Aleteia como seu primeiro marido ainda tem um lugar em sua vida.

Como seu primeiro marido continua presente ao seu lado?

A morte não é sinônimo de desaparecimento. Alain permanece muito presente no meu coração e nos meus pensamentos, mas isso não me impede de ser feliz e apaixonada por Jean-Pierre.

O novo casamento é um mistério de alegria que não mancha a memória do primeiro cônjuge. Pelo contrário, nós o associamos à nossa oração; mencionamos seu nome durante a oração peloS falecidoS na missa, pedimos que proteja nossos filhos e netos e oramos para que ele permaneça no coração de Deus.

Também experimentamos a comunhão dos santos na Eucaristia e na adoração do Santíssimo Sacramento, onde todos os cônjuges cristãos estão unidos. Eu tento fazer meu este versículo evangélico que Alain tanto amava: “E eu estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20). Peço a ele que me ajude a adquirir suas qualidades de otimismo, serenidade e até sua arte culinária, porque, como dono de restaurante por profissão, ele era altamente considerado.

Algumas pessoas se sentem culpadas pela ideia de se casar novamente. Foi esse o seu caso?

De jeito nenhum. Alain sempre me dizia: “Quando eu for embora, enviarei do céu pra você um marido mais novo”. De fato, ele era 18 anos mais velho que eu. Estou certo de sua intercessão no meu novo casamento com Jean-Pierre e, portanto, de sua bênção. Estou convencida de que foi Deus quem escolheu meus dois cônjuges.

“Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todo o mais vos será dado em acréscimo” (Mt 6,33), Jesus nos diz. Quando nos abandonamos à Providência, quando nos confiamos ao Senhor, Ele nos envia a pessoa certa. A armadilha seria comparar os cônjuges. No começo eu pensava: “Nunca encontrarei alguém tão bom quanto ele”. Mas Deus nos conhece melhor do que nós e “faz novas todas as coisas”, e eu também vivo plenamente o amor com Jean-Pierre.

Alguns pensam que não se pode amar de novo…

Porque eles não vivem a mesma situação. Da minha parte, posso dizer que amo meus dois maridos. Eu diria até que a provação da viuvez é tal que abre o nosso coração para amar mais. Os 21 anos de vida feliz que compartilhei com Alain me fizeram progredir na vida conjugal com Jean-Pierre. Quando você sofreu muito emocionalmente, talvez esteja ainda mais disposto a considerar o encontro com o outro como um dom, uma graça.

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