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Papa: o que fazer se você perder o rumo de sua vida espiritual?

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Antoine Mekary | ALETEIA

Reportagem local - publicado em 27/10/21

"É o Espírito Santo que muda o coração, não as coisas que nós fazemos, mas a ação do Espírito Santo em nós muda o coração"

O Papa Francisco explicou hoje o que fazer se você “perder o fio” de sua vida espiritual, “se mil problemas e pensamentos” o assolarem.

Em sua

aos peregrinos reunidos na Sala Paulo VI, no Vaticano, o Papa indicou que sigamos os conselhos do apóstolo Paulo.

Coloquemo-nos diante de Cristo Crucificado, comecemos de novo a partir d’Ele. Peguemos o Crucifixo nas mãos, tenhamo-lo perto do nosso coração. Ou façamos uma pausa em adoração antes da Eucaristia, onde Jesus é Pão partido para nós, o Crucificado Ressuscitado, o poder de Deus que derrama o seu amor nos nossos corações.

Mais um passo

Além disso, afirmou o Papa, é preciso dar mais um passo.

Perguntemo-nos: o que acontece quando encontramos Jesus Crucificado na oração? Verifica-se o que aconteceu sob a cruz: Jesus entrega o Espírito, ou seja, doa a sua própria vida. E o Espírito, que flui da Páscoa de Jesus, é o princípio da vida espiritual. É Ele que muda o coração: não as nossas obras. É Ele que muda o coração, não as coisas que nós fazemos, mas a ação do Espírito Santo em nós muda o coração! É ele quem guia a Igreja, e nós somos chamados a obedecer à sua ação, que vai para onde e como ele quiser.

Combate espiritual

O Papa explicou em seguida que o combate espiritual é outro grande ensinamento da Carta aos Gálatas.

Segundo o Papa, o apóstolo Paulo apresenta duas frentes opostas: por um lado as «obras da carne», por outro o «fruto do Espírito».

Obras da carne

Quais são as obras da carne? São comportamentos contrários ao Espírito de Deus. O Apóstolo chama-lhes obras da carne não porque há algo de errado ou mau na nossa carne humana; pelo contrário, vimos como ele insiste no realismo da carne humana suportada por Cristo na cruz!

O Papa explicou que “carne” é uma palavra que indica o homem na sua dimensão terrena, “fechado em si mesmo, numa vida horizontal, onde os instintos mundanos são seguidos e a porta se fecha ao Espírito”.

Mas a carne também nos lembra que tudo isto envelhece, que tudo isto passa, apodrece, enquanto o Espírito dá vida. Paulo enumera assim as obras da carne, que se referem ao uso egoísta da sexualidade, a práticas mágicas que são idolatrias e ao que mina as relações interpessoais, como «contendas, ciúmes, iras, rixas, discórdias, partidos…» (cf. Gl 5,19-21). Tudo isto é o fruto – digamos assim – da carne, de um comportamento apenas humano, “doentiamente” humano, pois o humano tem os seus valores, mas tudo isto é “doentiamente” humano.

Fruto do Espírito

Ao contrário – afirmou o Papa Francisco –, o fruto do Espírito é «caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança».

Os cristãos, que no batismo se revestiram «de Cristo» (cf. Gl 3, 27), são chamados a viver deste modo. Pode ser um bom exercício espiritual, por exemplo, ler a lista de São Paulo e observar a própria conduta, para verificar se corresponde, se a nossa vida está verdadeiramente de acordo com o Espírito Santo, se dá estes frutos. A minha vida produz estes frutos de caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança? Por exemplo, os três primeiros são caridade, paz e alegria: por isto se reconhece se uma pessoa é habitada pelo Espírito Santo. Uma pessoa que está em paz, que rejubila e que ama: com estas três caraterísticas vê-se a ação do Espírito.

Desafio

De acordo com o Papa, este ensinamento de Paulo representa também um grande desafio para as nossas comunidades.

Por vezes, aqueles que se aproximam da Igreja têm a impressão de estarem perante uma grande quantidade de comandos e preceitos: mas não, esta não é a Igreja! Esta pode ser qualquer associação. Na realidade, porém, a beleza da fé em Jesus Cristo não pode ser apreendida com base em demasiados mandamentos e numa visão moral que, desenvolvendo-se em muitas correntes, pode fazer-nos esquecer a fecundidade original do amor, alimentado pela oração que doa a paz e pelo testemunho jubiloso.

Da mesma forma – prosseguiu o Papa –, a vida do Espírito expressa nos sacramentos “não pode ser abafada por uma burocracia que impede o acesso à graça do Espírito, autor da conversão do coração”.

E quantas vezes nós mesmos, sacerdotes ou bispos, temos tanta burocracia para dar um Sacramento, para acolher as pessoas, que consequentemente dizem: “Não, não gosto disto”, e vão embora, e não veem em nós, muitas vezes, a força do Espírito que regenera, que nos faz novos. Por conseguinte, temos a grande responsabilidade de anunciar Cristo crucificado e ressuscitado, animados pelo sopro do Espírito de amor. Pois só este Amor tem o poder de atrair e mudar o coração do homem.

Sinos da “voz do nascituro”

Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (27/10), o Papa Francisco abençoou os sinos batizados como “A voz do nascituro”. “São um sinal de compromisso em favor da defesa da vida humana desde a concepção até a morte natural. Que o seu som anuncie ao mundo o ‘Evangelho da vida’, desperte a consciência dos homens e a memória dos nascituros”.

Confira o pronunciamento do Papa em nosso vídeo especial:

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