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Papa: o caminho que conduz ao Reino de Deus e à felicidade

Pope Francis stands by graves with flowers at the French military cemetery

ALBERTO PIZZOLI / AFP

Reportagem local - publicado em 02/11/21

"Somos cristãos alegres? Sou ou não um cristão alegre? Difundimos alegria ou somos pessoas sombrias, tristes e com cara de funeral?"

O Papa Francisco falou nessa segunda-feira, dia de Todos os Santos, sobre o significado de ser santo e caminhar pela estrada da santidade.

No Angelus com os peregrinos na Praça de São Pedro, o Papa comentou a “mensagem programática” de Jesus, ou seja, as Bem-aventuranças (cf. Mt 5, 1-12a).

As Bem-aventuranças, segundo o Papa, “mostram-nos o caminho que conduz ao Reino de Deus e à felicidade: o caminho da humildade, da compaixão, da mansidão, da justiça e da paz”.

“Ser santo significa caminhar por esta estrada”, disse o Santo Padre.

Santidade, estilo de vida

Em seguida, Francisco explicou “dois aspetos que são próprios deste estilo de vida de santidade: alegria e profecia“.

A alegria. Jesus começa com a palavra «bem-aventurados» (Mt 5, 3). É o anúncio principal, o anúncio de uma felicidade sem precedentes. A bem-aventurança, a santidade não é um programa de vida feito apenas de esforços e renúncias, mas é sobretudo a alegre descoberta de ser filhos amadas por Deus. E isto enche-nos de alegria. Não é uma conquista humana, é um dom que recebemos: somos santos porque Deus, que é o Santo, vem habitar na nossa vida. É Ele quem nos dá a santidade. Por isto somos bem-aventurados!

Alegria cristã

Segundo o Papa Francisco, a alegria do cristão não é “a emoção de um instante ou um simples otimismo humano, mas a certeza de poder enfrentar todas as situações sob o olhar amoroso de Deus, com a coragem e a força que vem d’Ele”.

Os santos, mesmo no meio de muitas tribulações, experimentaram esta alegria e deram testemunho dela. Sem alegria, a fé torna-se um exercício rigoroso e opressivo, e corre o risco de adoecer de tristeza. Consideremos estas palavras: adoecer de tristeza. Um Padre do deserto disse que a tristeza é um «verme do coração», que corrói a vida. Questionemo-nos sobre isto: somos cristãos alegres? Sou ou não um cristão alegre? Difundimos alegria ou somos pessoas sombrias, tristes e com cara de funeral? Lembremo-nos que não há santidade sem alegria!

Profecia

O segundo aspecto do estilo de vida de santidade, segundo o Santo Padre, é a profecia.

As bem-aventuranças são dirigidas aos pobres, aos aflitos, a quantos têm fome de justiça. É uma mensagem contracorrente. Na verdade, o mundo diz que para ser feliz é preciso ser rico, poderoso, sempre jovem e forte, gozar de fama e sucesso. Jesus inverte estes critérios e faz um anúncio profético – e esta é a dimensão profética da santidade -: a verdadeira plenitude de vida é alcançada seguindo Jesus, praticando a sua Palavra. E isto significa outra pobreza, ou seja, ser pobre dentro, esvaziar-se a si próprio para dar lugar a Deus.

De acordo com o Papa, “quem se considera rico, bem-sucedido e seguro, baseia tudo em si próprio e fecha-se a Deus e aos irmãos, enquanto aqueles que sabem que são pobres e não são auto-suficientes permanecem abertos a Deus e ao próximo. E encontram a alegria”.

As bem-aventuranças, então, são a profecia de uma nova humanidade, de uma nova forma de viver: fazer-se pequeno e confiar-se a Deus, em vez de emergir sobre os outros; ser manso, em vez de procurar impor-se; praticar a misericórdia, em vez de pensar apenas em si próprio; comprometer-se com a justiça e a paz, em vez de alimentar, até com conivência, injustiça e desigualdade.

A santidade é acolher e pôr em prática, com a ajuda de Deus, esta profecia que revoluciona o mundo. Então podemos perguntar-nos: testemunho a profecia de Jesus? Expresso o espírito profético que recebi no Batismo? Ou será que me conformo com o conforto da vida e com a minha preguiça, pensando que tudo corre bem se estiver bem para mim? Levo ao mundo a novidade jubilosa da profecia de Jesus ou as queixas habituais por aquilo que não me agrada? Perguntas que nos fará bem fazer a nós próprios.

O Papa encerrou seu discurso pedindo que a Santa Virgem “nos dê algo da sua alma, aquela alma abençoada que alegremente engrandeceu o Senhor, que ‘derruba os poderosos dos tronos e eleva os humildes’”.

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