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Deus: a luz que nos impede de desistir

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Triff | Shutterstock

Talita Rodrigues - publicado em 05/11/21

Um testemunho impactante de fé e superação

Durante muito tempo, estive em uma caverna escura, fria. Sempre era amedrontada pelos meus maiores monstros e me recusava a acreditar que fora dali algo melhor me esperava.

Tinha medo de me machucar, medo de não ser aceita, não conseguia acreditar que poderia fazer algo de útil, que era alguém importante ou que qualquer pessoa poderia se importar comigo. Então corri para o lugar mais afastado do que qualquer outro, achei que, longe de todos os meus problemas, eu encontraria paz. Porém, quando entrei naquela caverna, os medos se materializaram, e o que deixei para trás veio para me fazer companhia.

Fiquei presa, não conseguia achar a saída, andava de um lado para o outro procurando uma porta, chorava, gritava, mas ninguém me ouvia. Me sentia sufocada e, às vezes, não conseguia respirar. Sentia tanto frio que pensava na hipótese de congelar, quase enlouqueci.

Depois de tanto lutar contra aquela caverna, eu desisti; me entreguei àquele pesadelo convencida de que teria que passar o resto da minha vida presa.

Em apenas mais um dia, enquanto chorava, uma pequena luz se acendeu. Então, ouvi uma voz me chamando, mas tive medo, me encolhi ainda mais. A voz continuou insistindo, percebi como era suave, tranquilizante, doce e acolhedora, impossível de se resistir.

Aos poucos, fui tendo aquela vontade incontrolável de a seguir. Comecei engatinhando, depois com muita dificuldade me coloquei de pé e, aos tropeços, fui andando até aquela luz que se acendeu.

Quanto mais andava, mais a luz me cegava. Tive de vontade de voltar, mas a voz continuava a me chamar, então respirei fundo e continuei.

Durante alguns instantes, não consegui enxergar nada, mas a medida que meus olhos iam se acostumando com a claridade, ia percebendo como tudo era tão diferente, tão lindo, tão maravilhoso.

Sem saber o porquê comecei a chorar. Um choro com uma sensação que há muito tempo não sentia, uma alegria tão grande que chorava e sorria ao mesmo tempo. Então, uma paz me preencheu de forma inexplicável no meio disso tudo, na mistura entre os sons dos meus soluços, meus risos e tudo o que havia fora da caverna.

Ouvi a voz dizendo: “Filha, esse é apenas o começo para tudo que tenho preparado para você, tenho o mundo para te entregar, mas você se esconde e se recusa a me ouvir, cabe a você escolher onde quer morar. Não posso dizer que tudo será flores, pois muitas vezes você terá que lidar com os espinhos, mas eu estarei contigo e nunca se sentirá mais só.” 

Desde então, nunca mais pensei em olhar para trás.

Por Talita Rodrigues

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