O Papa Francisco concedeu uma entrevista à revista francesa Paris Match na qual exortou os governos a combaterem a pornografia infantil e voltou a repudiar o escândalo dos abusos sexuais na Igreja, qualificando-os de "vergonha".
Com palavras duras, Francisco declarou que os responsáveis pela produção de pornografia infantil agem "como máfias que se escondem e se defendem" mutuamente. Ele pediu que os governos tomem providências concretas e "o quanto antes" contra este crime.
A jornalista Caroline Pigozzi também perguntou ao Papa o que a Igreja pode fazer para que o combate à covid-19 não beneficie certos grupos, como as grandes empresas farmacêuticas. Francisco explicou como a Igreja tem agido por meio da comissão vaticana criada no Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, em sinergia com instituições e voluntários que executam iniciativas concretas de combate à pandemia junto a comunidades mundo afora.
Francisco respondeu ainda sobre projetos futuros e sobre o andamento das reformas na Cúria Romana, a cujo respeito declarou que vem tentando "colocar em prática o que os cardeais pediram durante as reuniões pré-conclave". Ele acrescentou que "nem tudo foi realizado até agora".
Quanto à sua saúde, poucos meses após sofrer uma cirurgia, o Papa se disse em boas condições: "Levo uma vida normal e posso trabalhar no mesmo ritmo de antes".