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As fontes da moralidade e como explicar os atos humanos

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Ricardo Sanches - publicado em 21/11/21

A vida moral é composta por escolhas particulares. Mas o homem - dotado da liberdade que Deus lhe deu - pode errar em suas escolhas. Por que isso acontece?

Para Santo Tomás de Aquino a moral tem a ver com as ações humanas. Para ele, a vida moral é composta de escolhas particulares, e estas escolhas estão relacionadas aos nossos objetivos de vida.

Entretanto, o homem, dotado da liberdade que Deus lhe conferiu, pode errar em suas escolhas. E isso poderia torná-lo inapto às bem-aventuranças prometidas por Deus.

Mas como qualificar um ato como bom ou mau? Diz o Catecismo da Igreja Católica:

“A liberdade faz do homem um sujeito moral. Quando age de maneira deliberada, o homem é, por assim dizer, o pai dos seus atos. Os atos humanos, quer dizer, livremente escolhidos em consequência dum juízo de consciência, são moralmente qualificáveis. São bons ou maus.”

CIC 1749

As fontes da moralidade

De certa forma, o Catecismo ecoa o pensamento de Santo Tomás de Aquino. Segundo a Igreja, as escolhas humanas são frutos de três fatores: o objeto, a intenção e as circunstâncias.

O objeto é a ação, que pode ser um pensamento ou um movimento físico. Por exemplo: correr, chutar uma bola ou falar.

Já a intenção é o fim, ou seja, o motivo pelo qual assumimos determinadas escolhas, realizamos determinadas ações. Exemplificando: é a intenção que diz por que eu devo correr (para pegar o ônibus, para chegar no horário, para fugir de uma ameaça). Também é a intenção que me faz falar a verdade ou a mentira. Vale dizer que é a intenção que determina a moralidade (bom ou mal) de um objeto.

Por fim, as circunstâncias são elementos (o que, o quando e o onde, por exemplo) que podem contribuir para agravar a natureza moral da ação. Assim, alguns atos de um casal são considerados moralmente bons dentro de quatro paredes, mas não em público.

Atos moralmente bons

Além de explanar sobre as fontes da moralidade, o Catecismo ainda conceitua o que é um ato moralmente bom:

“O ato moralmente bom pressupõe, em simultâneo, a bondade do objeto, da finalidade e das circunstâncias. Um fim mau corrompe a acção, mesmo que o seu objecto seja bom em si (como orar e jejuar «para ser visto pelos homens»).”

CIC 1755

É por isso que a Igreja diz que “os fins não justificam os meios”. Ou seja, de acordo com o Catecismo,

“Uma intenção boa (por exemplo: ajudar o próximo) não torna bom nem justo um comportamento em si mesmo desordenado (como a mentira e a maledicência).”

CIC 1753

O contrário também é verdadeiro, ou seja:

“Uma intenção má acrescentada (por exemplo, a vanglória) torna mau um ato que, em si, pode ser bom (como a esmola).”

CIC 1753

E o pecado?

Não é tão fácil determinar a origem de um ato pecaminoso. Mas, considerando que o pecado é uma ação que vai de encontro com a lei moral, ou seja, os 10 mandamentos, podemos dizer que uma má intenção pode gerar um objeto pecaminoso. E esse objeto (a ação pecaminosa) pode ser agravada pelas circunstâncias.

Assim, as origens do pecado podem estar ligadas às fontes da moralidade que determinam as ações humanas. É por isso que devemos sempre vigiar os nossos pensamentos e ações, para que estejamos sempre em comunhão com Deus.

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