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Mãe faz mosaicos coloridos como memorial de seu bebê que morreu

Portrait of Isabelle Guizard

courtesy of Isabelle Guizard

Marzena Devoud - publicado em 22/11/21

Depois que o pequeno Gabriel partiu, sua mãe se sentiu inspirada a honrar sua memória com uma linda obra de arte

Quando Isabelle, de Avignon, França, pegou o telefone para contar sua história a Aleteia, sua voz muito suave foi interrompida por pequenos momentos de falta de ar:

Perdoe-me, mas devo dar à luz a qualquer momento e às vezes tenho dificuldade em respirar, mas não vamos adiar nossa conversa! Eu gostaria de te contar minha história hoje. Haverá uma ligação simbólica entre o luto do meu filho que morreu com poucas semanas de idade e o nascimento deste novo bebê… Que grande graça é poder acolher a vida, que grande graça essa vida que nos foi confiada… definitivamente não nos pertence, mas, mesmo assim, que dom!

Isabelle tinha 36 anos quando, em maio de 2018, deu à luz gêmeos prematuros, Gabriel e Augustin. Logo após o nascimento, Gabriel contraiu uma infecção. Ele teve que ser levado imediatamente para a unidade de terapia intensiva. “Durante três semanas, ele esteve entre a vida e a morte. Com meu marido, Philippe, nossos filhos mais velhos —Raphael (13 anos), Madeleine e Elisabeth (gêmeos, 10 anos)— e nossas famílias, rezamos dia e noite. No final de junho, depois de algumas semanas de vida, Gabriel se foi”, diz Isabelle.

Ela continua:

Ele morreu em nossos braços. Sabíamos que não havia mais nada a fazer. Gabriel foi mantido vivo por respiradores, e os médicos nos disseram que cabia a nós escolher o dia para nos despedirmos. Foi uma coisa terrível de se passar, mas rezamos muito, muito. Então Gabriel foi batizado. Depois, os médicos o tiraram dos respiradores. Ele estava então nos braços do papai, depois nos meus. E naquele exato momento, quando ele já estava morto, ele começou a respirar novamente, só para se despedir.

No momento do enterro do bebê, Isabelle recebeu uma grande graça de fé que nunca a deixou desde então. “Eu não fiquei perturbada na minha fé; pelo contrário, a morte de Gabriel me aproximou do Senhor”, diz ela. É essa graça que lhe dá forças no luto e a inspira a decorar o túmulo de seu filho com mosaicos. Isabelle é formada em artes plásticas. Este não é o seu primeiro mosaico; ela já havia feito um alguns anos antes para o túmulo de sua sobrinha.

Isabelle com seu marido Philippe e seus filhos no aniversário do gêmeo de Gabriel Augustin

Ela montou sua oficina na sala da família enquanto cuidava de seus quatro filhos. “Não foi emocionalmente fácil. Se tivesse sido para outra pessoa, eu teria levado 6 meses. Aqui, eu levei dois anos”, diz.

No entanto, esse tempo de trabalho como artista foi, para ela, um tempo de oração. “Eu ouvia as músicas da Comunidade Chemin Neuf enquanto trabalhava. Elas me permitiram estar em constante louvor, perto do meu filho que está próximo do Senhor. Eu meditei, pensei nele e não fiquei triste. Eu senti que estava tocando um pouco o Céu graças ao Gabriel”, diz ela.

O túmulo de Gabriel decorado com mosaicos com “a Virgem Maria, que carrega Jesus, enquanto carrega Gabriel; a pomba da esperança; a cruz dolorosa, mas também vitoriosa, e o anjo que mostra o caminho do Céu”, explica Isabelle.

Depois de muito trabalho, os pais de Gabriel colocaram o mosaico em seu túmulo este ano. Como o jazigo da família fica perto de Paris, ter o mosaico lá permite que Isabelle, que mora em Avignon, sinta-se mais próxima do filho.

“Também foi meu presente para ele,” diz. E assim a ideia de fazer mosaicos para ajudar outras pessoas a vivenciarem o luto nasceu naturalmente.

Para mais informações sobre a fabricação de mosaicos de Isabelle: latelierdelisle@gmail.com

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ArteFilhosMaternidadeMorteMulher
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