O Departamento de Estado norte-americano, na atual gestão do presidente democrata Joe Biden, retirou a Nigéria da lista dos países que violam a liberdade religiosa e perseguem os cristãos, uma decisão que surpreendeu os líderes católicos nigerianos porque a situação no país continua muito grave.
Dom Emmanuel Adetoyese Badejo, bispo de Oyo, declarou à agência de notícias ACI Africa que "as coisas não melhoraram": pelo contrário, "os extremistas parecem estar ganhando ainda mais território no nordeste da Nigéria e o sequestro de estudantes e cristãos aumentou no último ano".
Ele completa: "Fiquei bastante surpreso ao ler sobre a exclusão da Nigéria da lista de violadores da liberdade religiosa, porque não há nada que sugira que os cristãos tenham mais facilidade hoje em praticar a fé na Nigéria do que há um ou dois anos".
De fato, tão recentemente quanto em agosto de 2021, Aleteia noticiou as trágicas estatísticas que apontam que os extremistas islâmicos assassinam em média 17 cristãos POR DIA naquele país.
Países que perseguem cristãos
Em 17 de novembro, o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, durante visita a três países da África, declarou que, na atualidade, os países que mais preocupam devido às violações da liberdade religiosa são a Arábia Saudita, a China, a Coreia do Norte, a Eritreia, o Irã, Mianmar, o Paquistão, a Rússia, o Tajiquistão e o Turcomenistão. Seus governos, segundo Blinken, "assediam, prendem, ameaçam e matam indivíduos simplesmente por tentarem viver de acordo com as suas crenças".
Entretanto, a Nigéria vive há muitos anos um caos completo nas regiões sob influência de grupos radicais islâmicos como os terroristas do Boko Haram e os fanáticos pastores nômades Fulani.
Dom Emmanuel Badejo acredita que a exclusão da Nigéria dessa lista guarde relação com a recente visita de Blinken ao país: "A visita do Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à Nigéria, logo após este presente ao governo federal, deveria levantar algumas sobrancelhas sobre a real intenção e propósito do favor imerecido concedido à Nigéria".
Para o bispo, a retirada do país da lista negra teria duas explicações possíveis: "ou o Departamento de Estado dos Estados Unidos tem consultado as pessoas erradas ou está procurando na Nigéria algum interesse que não representa o do povo sofredor do país".