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Autora de Harry Potter questiona ideologia de gênero e sofre ameaça de morte

J.K. Rowling

Anthony Harvey/Getty Images

Francisco Vêneto - publicado em 25/11/21

J.K. Rowling critica imposição acrítica do "conceito sociopolítico de identidade de gênero" no lugar do "conceito de sexo"

A escritora escocesa J.K. Rowling, criadora do personagem Harry Potter e autora da série de livros protagonizados pelo menino-bruxo, relatou ter sofrido intimidações e ameaças de agressão e até de morte após questionar a ideologia de gênero e a imposição acrítica do “conceito sociopolítico de identidade de gênero” no lugar do “conceito de sexo”.

Rowling citou “três ativistas” a quem qualificou de “agressores”, identificando-os pelos seus perfis na rede social Twitter: @IAmGeorgiaFrost, @Richard_Energy_ e @hollywstars. As três contas, que haviam publicado fotos da casa da escritora mostrando ostensivamente o endereço, foram excluídas da rede social após a viralização da denúncia.

A escritora afirmou:

“Nos últimos anos, tenho visto, horrorizada, que muitas mulheres [ela cita nomes] foram alvo de campanhas de intimidação que vão do assédio nas redes sociais e no trabalho até ameaças diretas de violência, incluindo estupro. Nenhuma dessas mulheres conta com a proteção com que eu conto. Elas e suas famílias foram submetidas a medo e angústia simplesmente porque se recusaram a aceitar acriticamente que o conceito sociopolítico de identidade de gênero deveria substituir o de sexo”.

Rowling desafiou os seus agressores:

“A melhor maneira de provarem que o seu movimento não é uma ameaça para as mulheres seria parando de nos assediar, constranger e ameaçar”.

Ideologia de gênero e biologia

Em junho de 2020, a escritora já havia criticado, via Twitter, um artigo de viés ideológico no tocante a sexo e gênero: a matéria falava de “pessoas que menstruam”, evitando o termo “mulheres”. Rowling questionou: “Pessoas que menstruam? Tenho certeza de que existia uma palavra para essas pessoas”. Ela completou o comentário elencando com ironia algumas palavras fictícias que, em inglês, evocam bastante obviamente o termo “mulheres”.

O comentário da escritora enfureceu ativistas que a acusaram de “transfobia” e retrucaram que há pessoas transgêneros que menstruam, mas não se identificam como mulheres. Seria o caso dos assim chamados homens trans, que, quando nasceram, foram registrados como mulheres porque são biologicamente do sexo feminino, mas, depois, passaram a declarar-se homens, embora continuassem menstruando.

J.K. Rowling se declara feminista e apoiadora das pessoas trans. Entretanto, observa que “não é preciso apagar o conceito de sexo biológico”. Esta concessão, pelo visto, é suficiente para desatar a ira dos que alegam promover a “inclusão” e a “tolerância”, desde que integralmente sob os rígidos ditames da sua própria narrativa ideológica, na qual parecem não caber as discordâncias e questionamentos.

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CinemaIdeologia de GêneroPerseguiçãoPolítica
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