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Ao envelhecer tornamo-nos nós mesmos

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Morakot Kawinchan | Shutterstock

Octavio Messias - publicado em 26/11/21

"Ao envelhecer tornamo-nos mais sábios e lentamente nos damos conta de tudo que é supérfluo", diz Papa Francisco

Estou a menos de três meses de completar 40 anos, a chamada meia-idade, quando – em uma era em que a expectativa de vida gira em torno de 80 – de fato, posso estar chegando à metade da minha trajetória. Tenho não apenas olhado para o passado, feito um balanço de tudo que realizei e das oportunidades que deixei passar até o momento, como olhado para o futuro e, pela primeira na vida, imaginado como será a minha velhice. 

Somos condicionados pela mídia, pelos valores supérfluos de nossa sociedade e até pelo nosso mercado de trabalho, a valorizar a juventude, por mais efêmera que ela seja. Enquanto a segunda metade desta jornada é praticamente ignorada no imaginário popular.

Nesta semana, li uma reportagem do El País que mostrava como a atriz Meg Ryan, antes conhecida como “A Namoradinha da América” por filmes como Harry e Sally, Sintonia de Amor e Mensagem para Você, está há seis anos afastada do cinema por conta de sua idade. Neste mês ela completou 60 anos. 

Discriminação com relação à idade

A ela juntam-se outras estrelas do passado que também foram relegadas a aposentadorias forçadas: Melanie Griffith, 64 anos, Debra Winger, 66, e Rosanna Arquette, 62. Destinos que foram sabotados por uma forma de preconceito existente em nossa sociedade que é o etarismo, a discriminação com relação à idade. A exemplo de muitas questões que estão sendo revistas em nossa sociedade, o etarismo também está passando por um processo de desconstrução e, aos poucos, surgem ações afirmativas como, por exemplo, a representatividade em comerciais com modelos idosas.   

Conforme me sinto mais próximo de minha velhice do que da minha adolescência, percebo que envelhecer na verdade é um privilégio. Apesar das cada vez mais frequentes dores na coluna e nas articulações, me sinto mais feliz do que nunca. Hoje, olhando para trás, percebo como ao longo de minha vida assumi vários papéis que não me cabiam, e como agora estou cada vez mais próximo de quem eu realmente sou.

Ao envelhecermos, a pele perde elasticidade, o corpo dá sinais de cansaço, mas o espírito, aquilo que somos na essência, se sobressai com a experiência e a sabedoria que só o tempo traz.

Como diz Papa Francisco: “Ao envelhecer tornamo-nos mais sábios e lentamente nos damos conta de tudo que é supérfluo, assim como um relógio de 3 mil euros dá a mesma hora que um relógio de 30 euros; uma carteira de 300 euros carrega o mesmo dinheiro e documentos que uma de 3 euros; a solidão de uma casa de 30 metros quadrados ou de 300 é a mesma.”

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