O regime comunista proíbe material cultural estrangeiro com base na "Lei para Eliminação do Pensamento e Cultura Reacionários"
A Radio Free Asia divulgou a notícia de que um homem foi condenado à morte na Coreia do Norte porque contrabandeou e vendeu no país algumas cópias em pen-drives da série sul-coreana “Round 6”, que, lançada em setembro deste ano, chegou rapidamente a se tornar a produção mais vista da história da Netflix.
A identidade do homem não foi revelada. Segundo a mesma emissora de rádio, a sentença será executada por um pelotão de fuzilamento.
A Free Asia detalhou que o homem havia levado os episódios de “Round 6” para dentro do hipercontrolado território norte-coreano a partir da China. O contrabando foi descoberto porque autoridades locais flagraram sete estudantes de ensino médio assistindo aos episódios.
Um dos alunos foi condenado à prisão perpétua e os outros seis a cinco anos de trabalhos forçados. Professores e administradores da escola foram demitidos porque falharam na vigilância: eles também correm o risco de ser condenados a trabalhos forçados em minas remotas.
Uma fonte da polícia da província de Hamgyong Norte declarou à Radio Free Asia que um dos estudantes havia comprado um dos pen-drives clandestinos e convidado um amigo para ver “Round 6” com ele. Os jovens depois compartilharam o pen-drive com outros alunos e acabaram sendo pegos por censores que trabalham para o governo comunista numa estrutura conhecida como Grupo 109 do Escritório de Vigilância, especializado em rastrear “telespectadores ilegais”.
Em 2020, o regime comunista norte-coreano aprovou a “Lei para Eliminação do Pensamento e Cultura Reacionários”, que proíbe material cultural estrangeiro no país: a medida se aplica a livros, música e filmes, principalmente se produzidos na Coreia do Sul ou nos Estados Unidos.
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