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O milagre de Frei Tito Brandsma, jornalista e mártir do nazismo

TITUS BRANDSMA

Regionaal Archief Nijmegen-(CC BY-SA 2.0)

Ricardo Sanches - publicado em 29/11/21

Tito Brandsma foi um grande defensor da liberdade da imprensa católica, que sofria a perseguição dos nazistas. A ele é atribuído o milagre da cura de um câncer

O Papa Francisco reconheceu, recentemente, o milagre atribuído ao beato holandês Tito Brandsma.

Brandsma, beatificado em 3 de novembro de 1985 pelo Papa João Paulo II, foi um frade carmelita que se opôs de forma veemente ao nazismo. Ele morreu no campo de concentração de Dachau, em 1942.

O milagre que deixa Tito Brandsma mais perto dos altares diz respeito à cura do padre americano Michael Driscoll. Depois de ser diagnosticado com câncer de pele em estado avançado, o religioso ganhou um pedaço da roupa usada por Brandsma para colocar todos os dias sobre a sua cabeça.

Após passar por cirurgias e radioterapia, os médicos afirmaram que a recuperação de Pe. Michael era “inexplicável” pela ciência. “Não é preciso voltar, não desperdice seu dinheiro com passagens aéreas para voltar aqui. Você está curado. Eu não encontro mais câncer em você”, disse um dos especialistas.

Os peritos da Santa Sé reconheceram a cura do Pe. Michael como um milagre atribuído à intercessão de Tito Brandsma. Em novembro de 2021, o consistório de cardeais aprovou a causa de canonização, que agora depende de aprovação pontifícia.

Uma vida dedicada a Deus, à verdade e à justiça

O nome de batismo de Tito Brandsma era Anno Sjoerd Brandsma. Natural dos Países Baixos, ele se tornou padre, professor e jornalista. Aliás, o jornalismo foi sua grande paixão. Com seus artigos, contribui para mais de 20 jornais. Escrevia sempre sobre o lado positivo da vida. Gostava de falar da busca pela verdade e pela justiça.

Brandsma entrou para o noviciado carmelita em 1808. Como padre e jornalista, defendia a liberdade da educação e da imprensa católicas contra a perseguição dos nazistas. Se opôs fortemente à obrigatoriedade que os jornais católicos tinham de veicular a propaganda nazista. Por sua atuação, foi preso e transferido para o campo de concentração de Dachau, que recebia presos políticos e religiosos contra o nazismo.

“Sofrer não faz mal”

Foi na prisão que Tito leu a biografia de Santa Teresa d´Ávila e se inspirou na força e na esperança da santa. Ele costumava dizer aos guardas e aos colegas de cela que “Sofrer não faz mal, desde que nos sintamos amados”.

Tito Brandsma foi executado em 26 de julho de 1942 com uma injeção letal.

Em 1985, o Papa João Paulo II o beatificou e o nomeou mártir da fé. Durante a homilia, o papa polonês destacou a veia otimista de Brandsma: “Ela o acompanhou mesmo no inferno do campo nazista. Até o final, ele permaneceu uma fonte de apoio e esperança para os outros prisioneiros: ele tinha um sorriso para todos, uma palavra de compreensão, um gesto de bondade.

Terço antes da morte

Momentos antes de receber a injeção letal, Frei Tito Brandsma entregou um terço à enfermeira que lhe aplicaria a substância mortal. A mulher, então, disse-lhe que não sabia rezar. Brandsma respondeu: “Reza pelo menos a última parte: rogai por nós, pecadores”.

A mulher sorriu e, mais tarde, converteu-se ao catolicismo. No dia da beatificação de Frei Tito, deu se testemunho sobre este grande mártir.

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