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Variante Ômicron é prova de que vacinas devem ser distribuídas com igualdade 

VACCINATION

PhotoAdventure Studio | Shutterstock

Octavio Messias - publicado em 01/12/21

Nova mutação do vírus demonstra que enfrentamento ao vírus só produzirá efeito se for coletivo 

Em seu tradicional pronunciamento de Páscoa na Basílica São Pedro, em abril deste ano, o Papa Francisco suplicou que a distribuição de vacinas contra a Covid 19 fosse feita de maneira igualitária e humanitária, tanto nos países ricos quanto nos mais pobres. “No espírito de um ‘internacionalismo das vacinas’, convoco toda a comunidade internacional ao compromisso de superar as desigualdades na distribuição e promover a partilha, especialmente às nações mais pobres”, disse o pontífice. 

Infelizmente o Papa não foi escutado e enquanto países de primeiro mundo, ou até mesmo o Brasil, estão aplicando a terceira dose na população, as nações mais pobres permanecem desassistidas. E o resultado direto disso é a variante Ômicron, que foi inicialmente identificada a partir de uma amostra coletada em 9 de novembro em Botsuana, e reportada à Organização Mundial de Saúde, no dia 24, pelo país vizinho África do Sul, onde as infecções aumentaram de forma abrupta nas últimas semanas. 

Ainda não é possível afirmar que a nova mutação do vírus tenha surgido em continente africano, uma vez que a Holanda confirmou nesta terça-feira que a variante já estava em circulação pelo país antes da notificação da África do Sul. Mas podemos dizer que ela se espalha com muita rapidez – em uma semana, já foi identificada em mais de 20 países –, e que os povos mais vulneráveis, com menos acesso a vacinas e outras medidas de proteção (como máscaras e distanciamento social) são os mais afetados. Um bom exemplo é o da variante P1, que surgiu no começo do ano no interior Amazonas, onde a maioria dos municípios ainda não vacinou nem metade de sua população.

Casos

Na tarde desta terça-feira, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e o Instituto Adolfo Lutz confirmaram os primeiros dois casos de Ômicron no Brasil. Trata-se de um casal de missionários, um homem de 41 anos e uma mulher de 37, que vieram da África do Sul para visitar parentes. Eles desembarcaram no Brasil em 23 de novembro, um dia antes da notificação do país africano à OMS, e embarcarariam de volta no dia 25, mas foram retidos no aeroporto após o exame dar positivo para Covid-19.

Por enquanto, sabe-se que a Ômicron se espalha com mais facilidade do que outras variantes, mas a cepa parece menos letal do que, por exemplo, a Delta. Em uma semana, ainda não há registros oficiais de óbitos causados pela nova nova mutação do vírus. Ainda assim, sua disseminação relâmpago reforça a importância da vacinação, incluindo as doses de reforço onde estiverem disponíveis. Como escreveu Atila Iamarino, pesquisador e influenciador no assunto: “O caminho que qualquer variante trilha é o mesmo: vulneráveis desprotegidos”. O Papa Francisco já tinha avisado. 

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