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Arcebispo de Paris renuncia em meio a críticas e alegações de escândalo

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Zakaria ABDELKAFI / AFP

I. Media - publicado em 03/12/21

Dom Michel Aupetit havia colocado sua renúncia nas mãos do Papa, que a aceitou

O Papa Francisco aceitou a renúncia do arcebispo Michel Aupetit, de Paris, anunciou a Sala de Imprensa da Santa Sé em 2 de dezembro. Dom Georges Pontier foi nomeado administrador apostólico da arquidiocese.

Em 25 de novembro, o arcebispo de Paris pediu ao Papa que determinasse se ele deveria renunciar. A publicação, em 22 de novembro, de um artigo no semanário Le Point questionava seu estilo de governança, e mais especificamente o “autoritarismo” de sua gestão e sua “brutalidade” nas relações humanas.

O artigo também afirmava que o arcebispo teve um relacionamento com uma mulher em 2012.

Reagindo a esta publicação, o arcebispo Aupetit, na Rádio Notre-Dame, disse que ficou chocado.

“Eu me perguntava se havia realmente tantas pessoas que queriam que eu fosse embora,” disse. No entanto, ele reconheceu “ter lidado mal numa situação com uma pessoa”.

O arcebispo de Paris deu o passo colocar nas mãos do Papa sua renúncia, depois de consultar o cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos em Roma, e o núncio apostólico em Paris.

“Fiz isso para preservar a diocese, porque como bispo devo estar a serviço da unidade. Não é por causa do que eu deveria ou não ter feito no passado – caso contrário, eu teria saído há muito tempo – mas para evitar a divisão, se eu mesmo sou uma fonte de divisão”, disse.

Esta situação com o arcebispo de Paris vem na esteira do relatório francês sobre abusos sexuais na Igreja.

Profundamente perturbado

A aceitação de sua renúncia foi publicada no boletim oficial da Santa Sé enquanto o Papa Francisco estava voando para Chipre.

O bispo Aupetit reagiu à decisão em um comunicado. Ele disse que estava “profundamente perturbado com os ataques” contra ele e disse que está rezando “por aqueles que podem ter desejado mal a ele”.

“Peço perdão àqueles a quem posso ter ferido”, acrescentou.

Ao falar há alguns dias com a Rádio Notre-Dame, o arcebispo negou ter tido um caso. Ele reconheceu que uma mulher esteve em contato com ele “em várias ocasiões através de visitas, cartas etc., a ponto de às vezes eu ter que tomar medidas para colocar distância entre nós”.

Ele disse que seu “comportamento em relação a ela poderia ser ambíguo, dando a entender a existência entre nós de um relacionamento íntimo e relações sexuais, algo que eu refuto veementemente. (…) Decidi não vê-la novamente e a informei disso.”

Em relação à sua governança, ele disse naquela breve entrevista: “Claro, é normal que as decisões a serem tomadas gerem frustração e amargura, mas eu nunca as tomo sozinho”, referindo-se a vários conselhos que também incluem leigos.

Em 7 de dezembro de 2017, o arcebispo Aupetit foi nomeado arcebispo da capital francesa. Desde dezembro de 2018, ele também é membro da Congregação para os Bispos e viajou regularmente para Roma para participar do processo de seleção para futuros bispos. Ele também foi nomeado membro da Congregação para as Igrejas do Oriente em agosto de 2019.

Arcebispo Pontier nomeado administrador

Dom Georges Pontier servirá como administrador apostólico até que o Papa Francisco nomeie um novo arcebispo de Paris.

O arcebispo emérito de Marselha, de 78 anos e ex-presidente da Conferência Episcopal Francesa (2013-2019), foi nomeado administrador apostólico de Avignon em janeiro de 2021 para garantir a transição após a renúncia do arcebispo Jean-Pierre Cattenoz.

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