O Papa Francisco afirmou que Deus sonha com um mundo de paz, onde seus filhos vivam como irmãos e irmãs.
Na oração ecumênica com os migrantes, na Igreja paroquial da Santa Cruz em Nicosia (Chipre), nessa sexta-feira, o Papa disse que a Igreja é uma comunidade que encarna o sonho de Deus.
Em suas palavras no encontro, o Papa comentou os testemunhos enviados a ele por alguns migrantes.
O Papa Francisco citou o exemplo de Thamara, que vem do Sri Lanka e testemunhou que muitas vezes as pessoas lhe perguntam quem ela é.
O Papa também comentou a fala de Maccolins, que vem dos Camarões, e disse que, no decurso da vida, foi «ferido pelo ódio».
No final do seu discurso, o Papa Francisco afirmou:
Ouvindo-vos, olhando o vosso rosto, a memória leva-me mais além e vai deter-se nos sofrimentos. Vós chegastes aqui; mas quantos dos vossos irmãos e irmãs ficaram pelo caminho? Quantos desesperados começaram o caminho em condições muito difíceis, mesmo precárias, e não conseguiram chegar? Deste mar, podemos dizer que se tornou um grande cemitério. Olhando-vos, vejo os sofrimentos do caminho, tantos que foram raptados, vendidos, explorados…, ainda estão pelo caminho sem sabermos onde. É a história duma escravidão, uma escravidão universal. Nós vemos o que acontece, e o pior é que estamos a habituar-nos a isso. «Ah sim, hoje afundou-se um navio, em tal lugar... tantos desaparecidos...». Mas olhem que este habituar-se é uma doença grave, é uma doença gravíssima; e não há antibiótico para esta doença. Devemos lutar contra este vício de habituar-se a tais tragédias quando as lemos nos jornais ou ouvimos noutros meios de comunicação.