Aleteia logoAleteia logoAleteia
Quinta-feira 28 Setembro |
São Simão de Rojas
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

Pesquisa: 88% dos brasileiros são a favor de cancelar o carnaval 2022

Carnaval

PIXABAY

Francisco Vêneto - publicado em 13/12/21

É uma oportunidade interessante para medir quantos pesos e medidas as autoridades brasileiras utilizam em suas decisões

Segundo uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest e divulgada nesta semana por veículos de imprensa como Último Segundo e O Globo, 88% dos brasileiros se declaram hoje a favor de cancelar o carnaval 2022 por causa da pandemia de covid-19.

O surto planetário da doença, que já está muito próximo de completar 2 anos, ameaça agora mais uma onda, provocada pela disseminação da nova variante do coronavírus, a ômicron.

A pesquisa foi feita entre os dias 2 e 5 de dezembro e, segundo os realizadores, entrevistou pessoas em todo o território nacional.

Apenas 9% dos respondentes afirmaram querer a liberação do evento, enquanto 3% não responderam. O total de 88% dos entrevistados favoráveis a cancelar o carnaval 2022 sobe para 93% quando se consideram somente as opiniões dos evangélicos.

Cancelar o Carnaval 2022

A maior parte das capitais estaduais brasileiras não definiu ainda se cancelará ou não o evento. As três que em outubro haviam confirmado o carnaval já voltaram atrás: São Paulo, Rio de Janeiro e Maceió agora reavaliam o cenário.

Várias outras já confirmaram que não sediarão eventos oficiais, como Curitiba, Campo Grande, Cuiabá, Belo Horizonte, Fortaleza e Belém.

O que a Igreja diz sobre o carnaval

A palavra “carnaval” vem do latim “carnem levare“, literalmente “abster-se de carne”, e se refere à “despedida da carne” por parte dos fiéis na véspera da Quarta-feira de Cinzas, quando começa o jejum quaresmal.

Este significado se perdeu com o tempo e a palavra “carnaval” se tornou apenas sinônimo da assim chamada “folia”. As festas de carnaval que conhecemos hoje surgiram no século XIX, na Europa, retomando antigos festivais pagãos anteriores à era cristã.

As características pagãs do carnaval, de fato, são o alvo da principal crítica da Igreja a essa festa, que incentiva excessos já prejudiciais a uma pessoa mesmo sem se considerar nenhum fator religioso: abuso de bebida alcoólica, erotismo exacerbado, normalização da promiscuidade sexual e, em geral, um desenfreio passional incompatível não só com a vida de graça, mas também com uma vida equilibrada e saudável de um ponto de vista meramente humano e social. Não se trata de rejeitar a celebração festiva em si mesma, e sim de rejeitar a falta de domínio dos próprios instintos, exacerbados pelo abundante incentivo sensual que caracteriza explicitamente o carnaval.

O falecido bispo de Palmares, PE, dom Henrique Soares, comentou a respeito dos contextos em que um católico pode participar de festas de carnaval sem comprometer a sua coerência com os princípios de vida do Evangelho:

“Devemos, então, rejeitar em bloco o carnaval atual? A resposta pronta não existe! Se um cristão julga poder brincar o carnavalzão do mundo sem cometer excessos, sem dar azo à imoralidade, sem a dispersão interior violenta que nos tira da presença de Deus e da realidade, então brinque em paz! Eu duvido muito que isto seja possível, mas é preciso respeitar a consciência de cada um! Que os cristãos deem preferência a brincar o carnaval em grupos de cristãos, de modo puro, sereno, inocente, fraterno, com toda alegria que nasce de um coração que sabe o sentido verdadeiro da existência”.

Em resumo: a Igreja alerta com clareza contra os riscos, mas respeita o livre arbítrio de cada um.

Carnaval em tempos de pandemia

Se em anos considerados “normais” a doutrina católica já recomenda muitos cuidados contra os excessos e notórios riscos desse tipo de festa, sobra dizer que, em plena pandemia de covid-19, não restam muitos motivos razoáveis que justifiquem a manutenção do carnaval.

Seria uma absurda incoerência, aliás, com todo o discurso protocolar de restrições às aglomerações, em especial quando diversos países e entidades internacionais voltam a lançar o alerta por conta da nova variante ômicron.

A própria população demonstra entender que não é o momento de liberar grandes eventos. Mesmo que a pesquisa recém-divulgada no Brasil esteja errada por margem grosseiramente alta, ainda assim parece claro que a grande maioria não está disposta a sofrer os riscos desnecessários de um carnaval neste cenário.

É uma oportunidade interessante para medir quantos pesos e medidas as autoridades brasileiras utilizam em suas decisões.

Tags:
CovidIdeologiaPandemiaPolítica
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia