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Papa Francisco sobre calúnia: “Quem fala mal do próximo é um assassino”

Papa Francisco fala do silêncio contra a calúnia

© Antoine Mekary / ALETEIA

Reportagem local - publicado em 15/12/21

"Sem a prática do silêncio, o nosso falar adoece e pode tornar-se uma arma perigosa"

O Papa Francisco usou palavras fortes na audiência geral desta quarta-feira, 15, ao tratar da gravidade da calúnia: “Quem fala mal do próximo é um assassino”. Ele convidou os católicos a seguirem o exemplo de São José para “cultivar tempos de silêncio nos quais possa surgir outra Palavra: a do Espírito Santo que habita em nós”.

Francisco afirmou que “não é fácil reconhecer essa Voz em meio às tantas vozes das preocupações, tentações, desejos e esperanças que ouvimos em nosso interior”, mas completou que “sem esse treinamento, que vem da prática do silêncio, as nossas palavras podem adoecer”.

O Papa ilustrou também o que acontece quando nossas palavras deixam de ser sadias:

“Jesus o disse claramente: quem fala mal do irmão ou da irmã, quem calunia o próximo, é assassino. Mata com a língua. Não acreditamos nisto, mas é a verdade. Se nos lembrarmos das vezes em que matamos com a língua, nos envergonharemos! Mesmo assim, [reconhecer isto] nos fará muito bem”.

Silêncio: remédio para conter a calúnia e outros crimes da língua

Ele explicou que, “sem a prática do silêncio, o nosso falar adoece. Em vez de fazer a verdade resplandecer, [o nosso falar] pode tornar-se uma arma perigosa. As nossas palavras podem tornar-se adulação, jactância, mentira, maledicência, calúnia. É um fato da experiência: como nos lembra o Eclesiástico, ‘a língua mata mais do que a espada’”.

Francisco citou a carta de São Tiago, que “desenvolve o tema do poder positivo e negativo da palavra”, e o livro da Sabedoria, que diz que “quando a noite estava no silêncio mais profundo, a tua palavra desceu à terra”, fazendo referência à Encarnação da Palavra de Deus em Seu Filho Jesus Cristo.

A respeito de São José como exemplo de sadio silêncio, o Papa observou que “os Evangelhos não registam quaisquer palavras de José de Nazaré: nada, ele nunca falou”. E Francisco explicou o motivo: “À medida que cresce em nós a Palavra, o Verbo que se fez homem, diminuem as palavras. À medida que Jesus cresce, as palavras diminuem”.

Francisco prosseguiu, indo além do objetivo de evitar a calúnia e destacando outros frutos do silêncio virtuoso:

“José, com o seu silêncio, nos convida a abrir espaço para a presença da Palavra feita carne, Jesus. O silêncio de José não é mutismo: é um silêncio cheio de escuta, um silêncio laborioso, um silêncio que faz emergir a sua grande interioridade. Jesus cresceu nesta ‘escola’, na casa de Nazaré, com o exemplo diário de Maria e José. E não surpreende que Ele próprio procurasse espaços de silêncio nos seus dias e convidasse os seus discípulos a fazerem esta experiência: ‘Vinde, retiremo-nos a um lugar deserto, e repousai um pouco’”.

Imitando São José, o Papa nos convida a “recuperar esta dimensão contemplativa da vida, aberta precisamente pelo silêncio”. Mas admitiu: “não é fácil: o silêncio nos assusta um pouco porque nos chama a entrar em nós mesmos e encontrar a parte mais verdadeira de nós. Muita gente tem medo do silêncio”. Ele recordou uma frase do filósofo Pascal: “toda a infelicidade dos homens provém de uma só coisa: não saberem ficar quietos num quarto”.

Francisco exortou:

“Cada um olhe para dentro de si mesmo: muitas vezes estamos fazendo um trabalho e, quando terminamos, procuramos imediatamente o celular para fazer outra coisa. Somos sempre assim. E isto não ajuda, nos faz escorregar na superficialidade. A profundidade do coração cresce com o silêncio, um silêncio que não é mutismo, mas que deixa espaço à sabedoria, à reflexão e ao Espírito Santo. Não devemos ter medo: o silêncio nos fará muito bem”.

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