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Papa Francisco: Deus chama os jesuítas à humilhação

Papa Francisco na Grécia disse que Deus chama os jesuítas à humilhação

ALESSANDRO DI MEO / AFP / POOL

Francisco Vêneto - publicado em 19/12/21

O Papa, que é o primeiro jesuíta eleito ao pontificado na história, refletiu sobre o significado da crise de vocações: "vai além do sociológico"

Ao participar de um encontro com os membros da Companhia de Jesus na Grécia no dia 4 de dezembro, durante a sua viagem apostólica àquele país, o Papa Francisco declarou que “Deus chama os jesuítas à humilhação” mediante a grande diminuição do número de vocações a essa histórica ordem religiosa, fundada por Santo Inácio de Loyola e da qual o próprio Francisco faz parte. Ele é, aliás, o primeiro jesuíta eleito Papa nos cinco séculos de existência da ordem.

O teor da conversa entre Francisco e seus companheiros de família religiosa foi compartilhado pela revista italiana La Civiltá Cattolica, editada pelos próprios jesuítas.

Francisco afirmou:

“Uma coisa que chama a atenção é o enfraquecimento da Companhia. Quando eu entrei no noviciado, éramos 33 mil jesuítas. Agora somos quantos? Mais ou menos a metade. E continuaremos diminuindo em número. Este fato é comum a muitas ordens e congregações religiosas. Tem um significado e nós precisamos nos perguntar qual é. Essa diminuição, enfim, não depende de nós. A vocação quem manda é o Senhor. Se não vem, não depende de nós.

Eu acredito que o Senhor está nos dando uma lição para a vida religiosa. Para nós, tem um significado no sentido de humilhação. Nos exercícios espirituais, Inácio sempre aponta para isto: para a humilhação. No tocante à crise vocacional, o jesuíta não pode ficar no nível da explicação sociológica. Esta é, no máximo, a metade da verdade”.

Deus chama os jesuítas à humilhação

O Papa jesuíta acrescentou:

“A verdade mais profunda é que o Senhor nos leva a essa humilhação dos números para abrir a cada um o caminho rumo ao ‘terceiro grau de humildade’, que é a única fecundidade jesuítica que importa”.

E qual seria o terceiro grau de humildade segundo a espiritualidade de Santo Inácio de Loyola?

Em nota de rodapé, o pe. Antonio Spadaro, diretor da revista e autor da reportagem, além de ser ele próprio jesuíta, recorda:

“Quero e escolho antes a pobreza com Cristo pobre que a riqueza; antes ignomínias com Cristo cheio delas do que honras” (Exercícios Espirituais, nº 167).

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