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No Natal, cada um diga: ‘Deus vem para mim’, ensina o Papa

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Antoine Mekary | ALETEIA

Reportagem local - publicado em 22/12/21

Para aceitar Deus é necessária a humildade: olhar com humildade para a graça de quebrar o espelho da vaidade, da soberba, de olhar para nós mesmos

O Papa Francisco comentou em sua catequese de hoje “o acontecimento do qual a história não pode prescindir: o nascimento de Jesus”.

A fim de cumprir o decreto do Imperador César Augusto que ordenava que todos se recenseassem na própria cidade de origem, José e Maria foram de Nazaré a Belém. Assim que chegaram, procuraram imediatamente uma hospedaria, porque o parto era iminente; mas infelizmente não a encontraram, e assim Maria foi obrigada a dar à luz numa manjedoura (cf. Lc 2, 1-7).

“Pensemos – pediu o Papa, que falava aos peregrinos presentes na Sala Paulo VI, no Vaticano –: ao Criador do universo… a Ele não foi concedido um lugar para nascer!”

Talvez fosse uma antecipação do que o evangelista João diz: «Veio entre os seus, e os seus não o receberam» (1, 11); e do que o próprio Jesus dirá: «As raposas têm os seus covis e as aves do ar os seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça» (Lc 9, 58).

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Mensagem clara

Segundo o Papa, a mensagem dos Evangelhos é clara: “o nascimento de Jesus é um acontecimento universal que diz respeito a todos os homens”.

Amados irmãos e amadas irmãs, só a humildade é o caminho que nos conduz a Deus e, ao mesmo tempo, precisamente porque nos conduz a Ele, leva-nos também ao essencial da vida, ao seu verdadeiro significado, à razão mais fiável pela qual vale a pena viver a vida.

Nesse sentido, o Papa afirmou que só a humildade “nos abre à experiência da verdade, da alegria genuína, do conhecimento que conta”.

Sem humildade, estamos “desligados”, somos excluídos da compreensão de Deus, da compreensão de nós mesmos. É preciso ser humilde para nos compreendermos a nós mesmos, e mais ainda para compreender Deus. Os Magos podiam ter sido grandes de acordo com a lógica do mundo, mas tornam-se pequenos, humildes, e por esta mesma razão conseguem encontrar Jesus e reconhecê-lo. Aceitam a humildade de procurar, de se pôr a caminho, de perguntar, de arriscar, de cometer erros…

Procurar Deus

De fato, o Papa explicou que cada pessoa, no íntimo do seu coração, é chamada a procurar Deus.

Todos nós, temos aquela inquietação e o nosso trabalho consiste em não apagar aquela inquietação, mas deixá-la crescer, pois é a inquietação de procurar Deus; e, com a sua própria graça, pode encontrá-lo. Façamos nossa a oração de Santo Anselmo (1033-1109): «Senhor, ensinai-me a procurar-vos. Mostrai-vos, quando vos procuro. Não posso procurar-vos se não me ensinardes; nem encontrar-vos se não vos mostrardes. Que eu vos procure, desejando-vos e vos deseje procurando-vos! Que eu vos encontre, procurando-vos e vos ame, encontrando-vos! (Proslogion, 1).

O Papa Francisco convidou então “todos os homens e mulheres a ir à gruta de Belém para adorar o Filho de Deus feito homem”.

Cada um de nós se aproxime do presépio que tem em casa ou na igreja, ou noutro lugar, e procure fazer um ato de adoração, intimamente: “Creio que tu és Deus, que este menino é Deus. Por favor, concede-me a graça da humildade para poder compreender isto”.

A nossa alegria

“Esta é a razão da nossa alegria: fomos amados, fomos procurados, o Senhor procura-nos para nos encontrar, para nos amar ainda mais”, disse o Santo Padre.

Este é o motivo da alegria: saber que fomos amados sem qualquer mérito, somos sempre precedidos por Deus no amor, um amor tão concreto que se tornou carne e veio habitar entre nós, naquele Menino que vemos no presépio. Este amor tem um nome e um rosto: Jesus é o nome e o rosto do amor que é o fundamento da nossa alegria. Irmãos e irmãs, desejo-vos um feliz Natal, um bom e santo Natal. E gostaria que – sim, haverá os bons votos, as reuniões de família, isto é muito bonito, sempre – mas que haja também a consciência de que Deus vem “para mim”. Cada um diga: Deus vem para mim. A consciência de que para procurar Deus, para encontrar Deus, para aceitar Deus é necessária a humildade: olhar com humildade para a graça de quebrar o espelho da vaidade, da soberba, de olhar para nós mesmos. Olhar para Jesus, olhar para o horizonte, olhar para Deus que vem até nós e que toca o coração com aquela inquietação que nos conduz à esperança. Feliz e santo Natal!

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