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O que significam as correntes e cadeados de “escravo de Maria”?

Consagração a Nossa Senhora como escravo de Maria

Fr Lawrence Lew, O.P. | CC BY-NC-ND 2.0

Reportagem local - publicado em 22/12/21

Atitudes interiores e símbolos exteriores: entenda o que é e como um fiel pode fazer a sua consagração pessoal a Cristo como "escravo de Maria"

Muitas pessoas se perguntam o que significam as correntes e cadeados de “escravo de Maria”, cujo uso tem crescido entre católicos, e de onde veio essa prática.

Trata-se de símbolos externos de consagração pessoal a Nossa Senhora. O ato de consagrar-se a Maria é essencialmente uma disposição interior de viver, como ela, em plena fidelidade ao seu Filho Jesus Cristo, comprometendo-se de modo profundo com a vivência do Evangelho em todos os âmbitos da vida. Portanto, envolve fundamentalmente atitudes interiores, mas também se apoia em práticas exteriores voltadas a contribuir para a própria santificação.

As cadeias com o cadeado fazem parte dos símbolos externos dessa consagração porque recordam ao próprio fiel consagrado (e testemunham às pessoas ao seu redor) a sua livre e espontânea entrega como “escravo de Maria”, de acordo com os termos do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, escrito por São Luís Maria Grignion de Montfort no século XVIII.

O teólogo brasileiro Natalino Ueda, missionário da Comunidade Canção Nova, explica que cada pessoa consagrada a Nossa Senhora tem a liberdade de escolher em que parte do corpo deseja usar a cadeia com o cadeado, considerando que o Tratado de São Luís Maria sugere principalmente o tornozelo, o pulso ou o pescoço – também é possível optar por usá-la no dedo, como uma espécie de anel, ou envolta à cintura, como se fosse um cinto, por exemplo.

A consagrada Cynthia Marcenes, de São Gonçalo, RJ, é fundadora do apostolado “Dilectus Mariae”, descrito em sua página oficial no Facebook como “a primeira missão católica apostólica romana, brasileira, dedicada às necessidades exteriores dos que buscam consagrar suas vidas a Jesus através da Virgem Maria Santíssima, pelo método ensinado por São Luís G. Montfort”. Mesmo fornecendo artigos religiosos de interesse dos fiéis que desejam adotar esse modelo de consagração pessoal a Nossa Senhora, Cynthia faz questão de recordar que os símbolos externos são insuficientes em si mesmos.

A este propósito, ela escreveu um texto em 2017, compartilhado na rede social do seu apostolado, no qual enfatiza que os símbolos externos de consagração pessoal perdem o sentido quando não são acompanhados pela verdadeira transformação interior que caracteriza uma conversão autêntica. Eis um fragmento desse texto:

“(…) O Tratado virou revista, a cadeia virou adorno, Maria virou ponto de encontro. Será que Maria está preocupada com quem é seu padrinho/madrinha de consagração ou com quantas vezes você lê a Bíblia no seu dia a dia? Será que ela quer saber o tamanho do seu cadeado ou o tamanho do seu sacrifício diante do que o mundo te oferece? Será que importa mais um Tratado lido ou uma comunhão bem feita com Aquele que morreu na Cruz pra nos dar vida nova? Que escravo é esse que não abre mão do mundo? Que escravo é esse que sobrevive de arrepios e não de responsabilidades? Que senzala é essa com filtro de instagram e tapinha nas costas? Cadê o Fiat? Cadê o silêncio? Cadê a contemplação? A Santíssima Virgem não é popstar para ter fãs e tietes. O Tratado não é Gibi, para ler enquanto assiste TV. A cadeia não é pulseira da Pandora, pra usar de enfeite nas missas e festa. A Consagração não é uma roupa que hoje você veste, amanhã joga fora e segue o baile. É para a vida toda. É responsabilidade. É compromisso. É Maria. É Jesus. Leva a sério!”.

Escravo de Maria

Natalino Ueda também ressalta que as correntes são um sinal visível da total entrega do fiel por amor a Jesus Cristo mediante Nossa Senhora. Por isso mesmo, também simbolizam “o rompimento com a escravidão do pecado”.

Mas de que se precisa para ser escravo de Maria?

Requisito imprescindível é ter recebido os sacramentos do Batismo, Primeira Comunhão e Crisma e cumprir os próprios compromissos fundamentais como católico: participar regularmente da Santa Missa, confessar-se validamente e conforme a frequência recomendada pela doutrina católica, assim como seguir os mandamentos da Igreja.

Adicionalmente, o fiel precisa ler e compreender o conteúdo do Tratado.

Em seguida, é necessário marcar com razoável antecedência uma data para a consagração, de preferência uma data mariana. A antecedência deve prever que a preparação para a consagração leva de 30 a 33 dias. O próprio Tratado orienta sobre como preparar-se, quais são as orações que devem ser rezadas ou quais livros de exercícios espirituais podem ser adotados.

Ao se aproximar a data marcada para a consagração, é altamente recomendado que o fiel se confesse sacramentalmente.

Finalmente, chegado o dia marcado, o fiel realiza o ato de consagração preferencialmente dentro da celebração da Santa Missa, utilizando a fórmula previamente impressa ou escrita de próprio punho.

Vale recordar que o uso da corrente é recomendado por São Luís Maria, mas não é obrigatório – afinal, é um símbolo externo que só faz sentido na medida em que contribui de fato para as necessárias disposições interiores de santificação por meio da consagração pessoal a Cristo como “escravo de Maria”.

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