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Missionárias da Caridade serão forçadas a deixar a Índia?

Sisters of Missionaries of Charity

Ints Vikmanis | Shutterstock

I. Media - publicado em 30/12/21

Recentemente, o governo impediu a congregação da Madre Teresa de receber doações em dinheiro oriundas de outros países

Será que as Missionários da Caridade terão que deixar a Índia em breve? 

A pergunta surge depois que o Ministério do Interior confirmou que se recusou a renovar a licença de financiamento estrangeiro da congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá. A última decisão do governo indiano leva muitos a temer que as Missionárias da Caridade não possam mais continuar seu trabalho entre os “mais pobres dos pobres” na Índia.

Obra depende de doações estrangeiras

“Fomos informadas de que nosso pedido de renovação da FCRA (Lei de Regulamentação das Contribuições Estrangeiras) não foi aprovado. Portanto, […] pedimos aos nossos centros que não retirassem nenhuma das contas com financiamento estrangeiro até que o problema fosse resolvido”, disse a superiora geral da congregação, Irmã Prema.

A licença é exigida na Índia para receber doações em dinheiro oriundas de outros países. Para as irmãs, o recurso estrangeiro é fundamental para o serviço contínuo aos pobres, uma vez que as Missionárias da Caridade dependem fortemente de doações de outros países para realizar o trabalho de caridade.

A congregação supervisiona muitos projetos na Índia, como escolas, clínicas, hospícios e lares para crianças abandonadas. Mas os nacionalistas hindus há muito as acusam de usar esses projetos para converter pessoas ao cristianismo. 

Em meados de dezembro, as Missionárias da Caridade no oeste da Índia foram acusadas ​​de violar uma lei que punia a conversão forçada. As freiras administram uma casa para moças na cidade de Ahmedabad. Uma reclamação foi feita por membros de um comitê de proteção à criança, que acusaram as freiras de forçar as pessoas presas a usar rosários, rezar e comer alimentos não vegetarianos. A congregação, cuja missão é ajudar os mais pobres, nega todas as acusações.

Índia: 2% da população cristã

Por vários meses, o governo do primeiro-ministro Narendra Modi tem procurado reduzir o financiamento estrangeiro para instituições de caridade e outras ONGs com sede na Índia. No ano passado, as restrições levaram ao congelamento de contas bancárias pertencentes ao Greenpeace e à Anistia Internacional. A discriminação e a violência contra as minorias religiosas na Índia, onde os hindus são a maioria, têm aumentado continuamente desde que o nacionalista hindu Bharatiya Janata Party (BJP) de Narendra Modi chegou ao poder, em 2014.

 As duas principais minorias regularmente perseguidas são os muçulmanos (que representam 14% da população) e os cristãos, que representam pouco mais de 2%.

Quem são as Missionárias da Caridade?

Em 10 de setembro de 1946, enquanto viajava de trem de Calcutá para Darjeeling para o retiro anual de sua comunidade, Madre Teresa recebeu sua “inspiração”. Inexplicavelmente, o desejo de saciar a sede de amor de Jesus tornou-se a força motriz de toda a sua vida.

 Ao longo de semanas e meses, por meio de vozes e visões interiores, ela compreendeu melhor a mensagem de Jesus: ele pediu-lhe que fundasse uma congregação religiosa dedicada ao serviço dos pobres. Quase dois anos de provações e discernimento se passaram antes que ela começasse seu trabalho. 

Em 17 de agosto de 1948, ela vestiu pela primeira vez um sari branco com detalhes azulados e deixou seu convento para ingressar no mundo dos mais pobres. Dois anos depois, em 7 de outubro de 1950, foi criada a Congregação das Missionárias da Caridade.

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