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Menina católica sequestrada por muçulmano volta a viver com os pais

Menina católica ARZOO RAJA sequestrada por muçulmano

Aid to the Church in Need

Arzoo Raja com o padre católico da sua comunidade, no dia da sua Primeira Comunhão

Francisco Vêneto - publicado em 03/01/22

A jovem tinha 13 anos quando foi obrigada por um vizinho de 44 a se "converter" ao islã e se casar com ele

Voltou recentemente a viver com os pais uma menina católica sequestrada por um muçulmano adulto em outubro de 2020 no Paquistão: Arzoo Raja tinha meros 13 anos quando foi sequestrada por Azhar Ali, de 44 – ou seja, mais que o triplo da idade dela. O raptor, que era vizinho da família da jovem, forçou a menina a se converter ao islamismo e a se casar com ele.

A família de Arzoo acionou imediatamente a justiça paquistanesa, o que não costuma ser garantia de grande coisa num país que ostenta leis escancaradamente favoráveis à maioria muçulmana, relegando os cristãos, na prática, a serem tratados como cidadãos de segunda categoria.

A assim chamada “legislação antiblasfêmia”, por exemplo, está na raiz de incontáveis abusos, perseguições, processos e condenações sumárias contra cristãos, como ocorreu no caso da também católica e mãe de família Asia Bibi: ela chegou a ser condenada ao enforcamento após ter sido acusada de supostas blasfêmias contra o islã, as quais nunca foram comprovadas. Depois de passar o inacreditável período de quase 10 anos presa à espera da execução, ela foi inocentada e libertada graças à intensa pressão internacional a seu favor. O caso, de fato, repercutiu mundialmente. Hoje, Asia Bibi vive com a família fora do Paquistão.

Menina católica sequestrada por muçulmano

No tocante à jovem Arzoo, que hoje tem 14 anos, ela foi transferida ainda no final de 2020 para um abrigo de menores, enquanto o caso grotesco do seu casamento forçado era lentamente analisado pela justiça paquistanesa. Finalmente, segundo informações da agência Fides, o Tribunal Superior da província de Sindh autorizou o regresso da menina católica à casa dos seus pais, em 22 de dezembro de 2021.

Assustada, a jovem agora afirma que a sua conversão ao islã foi “voluntária”. Os pais tiveram que se comprometer perante a justiça a não pressioná-la a respeito da religião. Apesar disso, a comunidade católica se alegrou com a sentença que permitiu a volta de Arzoo para casa, já que nem mesmo isto era muito provável: estão longe de ser novidade no país os raptos de meninas cristãs ou de outras minorias religiosas para se casarem à força com muçulmanos.

O caso de Arzoo Raja, contudo, conseguiu chamar atenções mundo afora graças ao trabalho de agências católicas e de direitos humanos que deram ampla cobertura à luta da família por justiça.

Sequestrada em 13 de outubro de 2020, a menina católica foi obrigada no mesmo dia, pelo vizinho raptor, a se “converter” ao islã e assinar os documentos do alegado casamento. Ali Khazar chegou a apresentar papéis falsificados que atribuíam à garota a idade de 18 anos. O sequestrador insistiu na declaração de que tanto a conversão de Arzoo quanto o casamento haviam sido “espontâneos”. O tribunal, porém, uma vez realizadas as pertinentes investigações, determinou que a menina fosse levada para um lar social.

Surpreendentemente, o justiça também acolheu a denúncia de estupro de menor contra o sequestrador. Este crime, no Paquistão, pode ser punido com a prisão perpétua ou mesmo com a pena de morte. O processo em que Ali Khazar é réu ainda está em curso.

Onde estão as feministas militantes?

Enquanto isso, no Ocidente, é “curioso” observar o sepulcral silêncio das militâncias feministas no tocante às sistemáticas violências que afligem mulheres e meninas em países como o Paquistão e dezenas de outros na Ásia e na África. Por quê?

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