Nos últimos anos, os astrônomos passaram incontáveis horas tentando determinar que tipo de fenômeno ocorreu no céu na noite no nascimento de Jesus. Embora tais observações sejam fascinantes e apontem para uma possível explicação de como os Reis Magos chegaram para homenagear o rei recém-nascido, outra forma de interpretar a “estrela” é pensar nela como um “anjo de luz”.
São João Crisóstomo foi um dos teólogos mais eloquentes que defendeu a tese de uma estrela “sobrenatural”, ter guiado os Reis Magos a um destino específico. Ele explica seu raciocínio em uma homilia sobre o Evangelho de Mateus:
“Essa estrela não era do tipo comum, ou melhor, não era uma estrela, como pelo menos me parece, mas algum poder invisível transformado nesta aparência… Pois não há nenhuma estrela que se mova dessa maneira, quer seja o sol que você menciona, a lua ou todas as outras estrelas, nós as vemos indo do leste para o oeste; mas essa foi de norte a sul…”
São João Crisóstomo também lembra que a estrela os ajudava durante o dia, enquanto viajavam:
“Em segundo lugar, pode-se ver isso também a partir do tempo. Pois ela não aparece à noite, mas ao meio-dia, enquanto o sol está brilhando; e isso não está ao alcance de uma estrela, nem da lua, pois a lua, que supera tudo, quando os raios do sol aparecem, imediatamente se esconde e se desvanece. Mas essa, pelo excesso de seu próprio esplendor, venceu até os raios do sol, parecendo mais brilhantes do que eles”.
Uma estrela em movimento
Uma das observações mais interessantes de São João Crisóstomo é sobre como a estrela se moveu fisicamente e marcou a localização exata do Menino Jesus, algo que uma estrela comum nunca poderia fazer:
“Pois você sabe que uma mancha de dimensões tão pequenas, sendo apenas tanto quanto um galpão ocuparia, ou melhor, tanto quanto o corpo de uma criança iria ocupar, não poderia ser marcada por uma estrela … Como, então, a estrela apontaria para um lugar tão confinado, apenas o espaço de uma manjedoura e barracão, a menos que deixasse aquela altura, descesse e ficasse sobre a própria cabeça da criança? E a isso o evangelista estava se referindo quando disse: ‘A
estrela foi adiante deles, até que ficou sobre onde o menino estava’... Portanto, depois de os ter trazido, levando-os pela mão e os colocando diante manjedoura, não é mais por uma estrela, mas por um anjo que Ele agora lhes fala.”
É por isso que São João Crisóstomo e outros santos não acreditam que a estrela fosse uma estrela real, mas um “anjo de luz ” sobrenatural que ajudou os Reis Magos a chegar até o Menino Jesus.
