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Enfermeira foi demitida injustamente por usar crucifixo, diz tribunal do Reino Unido

Mary Onuoha

Christian Legal Centre

Cerith Gardiner - publicado em 07/01/22

O hospital onde Mary Onuoha trabalhava pediu que ela removesse o colar com o crucifixo, mas ela se recusou por motivos religiosos

Uma enfermeira de um hospital de Surrey, Inglaterra, ganhou um caso de discriminação no trabalho, alegando que foi demitida do emprego por usar um colar com um pequeno crucifixo de ouro.

Mary Onuoha, a enfermeira católica empregada pelo Croydon University Hospital, foi solicitada pela primeira vez a remover seu colar em 2014. O hospital alegou que fez o pedido com base na política do Serviço Nacional de Saúde (NHS) de que o uso de colares representa um risco para a saúde e segurança.

Após várias tentativas de fazê-la parar de usar o símbolo de sua fé, o hospital a rebaixou e a colocou para trabalhar como recepcionista. Ela foi demitida em 2020, depois de trabalhar como enfermeira por 18 anos. Onuoha, então, entrou na justiça, alegando que fora demitida injustamente, e que o hospital havia violado a liberdade de expressão de sua religião (Artigo 9° da convenção europeia sobre direitos humanos).

A decisão

A justiça do trabalho concluiu que os funcionários costumavam usar joias no hospital e que isso era “amplamente tolerado” pela administração. “Outras joias e acessórios religiosos, como lenços de cabeça e turbantes, eram usados ​​com frequência pela equipe do hospital”, explicou o tribunal.

Além disso, Onuoha era obrigada a usar ao redor do pescoço vários cordões com crachás de identidade e passes.

“Não havia uma explicação apropriada para o motivo pelo qual esses itens eram permitidos, mas um colar de cruz não era”, disse a decisão.

A justiça também concluiu que o risco de infecção do crucifixo era “muito baixo”, relatou o Evening Standard .

Perseguição cristã

Ao jornal The Guardian, Onuoha, que cresceu na Nigéria, disse: “Minha cruz está comigo há 40 anos. É parte de mim e da minha fé, e nunca fez mal a ninguém. Neste hospital há funcionários que vão à mesquita quatro vezes por dia e ninguém lhes diz nada. Os hindus usam pulseiras vermelhas nos pulsos e as muçulmanas usam hijabs no teatro. Ainda assim, minha pequena cruz em volta do meu pescoço foi considerada tão perigosa que eu não tinha mais permissão para fazer meu trabalho. Sou uma mulher forte, mas fui tratada como uma criminosa ”.

O Christian Legal Center, um grupo que apoiou Onuoha no processo, declarou que o caso foi uma vitória para a liberdade religiosa.

Andrea Williams, do Christian Legal Center, afirmou: “É preocupante que uma enfermeira experiente, durante uma pandemia, tenha sido forçada a escolher entre sua fé e a profissão que ama”.

Um porta-voz do NHS disse que revisaria a política da agência de saúde sobre joias.

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