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Como avaliar a astrologia e o horóscopo?

ZODIAC
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Vanderlei de Lima - publicado em 09/01/22
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O verdadeiro católico – fiel à Sagrada Escritura e à Tradição – rejeita o horóscopo como uma forma de adivinhação e idolatria

Prezado(a) leitor(a), a astrologia e o horóscopo estão intimamente ligados. Daí a oportunidade de examinarmos o assunto mais de perto.

Iniciemos pelos termos em questão: astrologia é a união dos vocábulos gregos astér (astro) e logos (discurso): discurso sobre os astros. Daí se segue que o horóscopo – do grego hora (hora) e skopéo (observar) – é a astrologia na prática. Sim, pois ela afirma que, se observarmos a posição de certos astros no momento em que a pessoa nasceu, é possível dizer algo sobre sua vida, comportamento etc. Da astrologia, sem base científica alguma, distingue-se a astronomia – do grego astér (astro) e nomos (lei) – ciência reconhecida por seu grande valor.

Ora, qualquer ser humano que pense um pouco rejeita a astrologia e o horóscopo por serem opostos à ciência de observação e à lógica. Com efeito, a astrologia, mãe do horóscopo, supõe a terra no centro de todos os planetas. Ao redor dela, haveria uma faixa chamada de Zodíaco. Tal faixa estaria dividida em 12 compartimentos que, por sua vez, se subdividiriam em 30 outros espaços e receberiam o nome de Casas do Zodíaco (12x30 = 360). Sobre essa suposta faixa do Zodíaco girariam o sol, a lua e os poucos planetas conhecidos na Antiguidade: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Mais: cada Casa do Zodíaco teria um signo correspondente à configuração dos astros como se achava há mais de 2000 anos: áries, touro, gêmeos, câncer, leão, virgem, libra, escorpião sagitário, capricórnio, aquário e peixes (cf. Dom Estêvão T. Bettencourt, OSB. Crenças, religiões, igrejas e seitas: quem são? Santo André: Mensageiro de Santo Antônio, 1997, p. 154; Bruno Fantoni. Magia e Parapsicologia. 2ª ed. São Paulo: Loyola, 1981, p. 174-181). 

Conhecido, de forma sintética, o fundamento da astrologia, mãe do horóscopo, pergunta-se: que dizer de modo sereno e objetivo? – De pronto, quatro observações se impõem: 1) a base da astrologia está completamente ultrapassada, pois supõe o sistema geocêntrico (a Terra seria o centro do sistema solar), conforme Ptolomeu. Ora, isso foi superado pelo sistema heliocêntrico (o sol é o centro em torno do qual giram os demais planetas), de acordo com Copérnico e Galileu no século XVI; 2) hoje, além de Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, a Astronomia descobriu novos planetas como Urano (1731) e Netuno (1839); 3) desde o surgimento da astrologia até hoje, o sol se atrasou (fenômeno da precessão). Pois bem, se, há cerca de 2000 anos, a passagem do sol pelo ponto vernal (início da primavera no hemisfério norte) coincidia com a sua entrada na constelação do signo de áries, hoje já não é assim. Com efeito, no começo da primavera do hemisfério norte, o sol se acha na constelação de peixes; já quando os astrólogos dizem que o sol está no signo de áries, ele, na realidade, se acha no de peixes, mas ao imaginarem-no na casa de touro, ele está na de áries; 4) há um erro grave ao supor a influência dos astros só no nascimento da criança (visão mágica antiga), pois todo ser humano passa a ter existência na concepção, ou seja, na fusão do óvulo pelo espermatozoide (dado científico atual). Bastaria isso para se ver o quanto a astrologia e, por conseguinte, o horóscopo não têm fundamentos sólidos.

Acrescente-se que, além desses dados da razão, o verdadeiro católico – fiel à Sagrada Escritura (cf. Jr 10,2; Is 47,13; Lv 19,31) e à Tradição (cf. Santo Agostinho. Enarratio in Ps 61,23; Concílio de Toledo, em 447, e Braga, em 561 (cf. Denziger, Enchiridion 35.239); Papa Sisto V, na Bula Caeli et terrae Creator, 1586, e Papa Urbano VIII, na Bula Inscrutabilis iudiciorurnn, 1631) – rejeita o horóscopo como uma forma de adivinhação e idolatria, portanto pecado (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 2116). 

Que estas reflexões possam levar cada um(a) a fugir das superstições para guiar-se apenas pelas luzes da sadia razão e da reta fé.