"Sinto falta de poder andar pelas ruas", disse o Papa Francisco ao responder a uma carta do jornalista espanhol Javier Martínez Brocal, que o "flagrou" em uma loja de discos nesta semana em Roma.
O jornalista tinha escrito ao Papa comentando que sentia certa tristeza ao saber que um "amante da liberdade", como é Francisco, "seja obrigado a ficar fechado em casa porque toda vez que sai é surpreendido por uma câmera".
Javier Martínez também observou, em contrapartida, que as notícias das poucas ocasiões em que o Papa consegue andar pelas ruas "nos fazem sorrir num momento em que só se fala de tragédias".
O Papa agradeceu a Javier pelo "nobre e belíssimo" texto e brincou:
Francisco confessou:
O Papa aproveitou para incentivar Javier "a cumprir sempre a vocação" de jornalista, "mesmo que isto signifique deixar o Papa em dificuldades".
Francisco havia ido nesta terça-feira, 11, por volta das 19h do horário italiano, até a loja de discos Stereosound, no centro de Roma. Ele fez uma surpresa à família proprietária, que havia reformado o local recentemente. Antes de ser eleito Papa e ter muito menos oportunidades de "andar pelas ruas" livremente, ele frequentava o estabelecimento quando viajava a Roma como arcebispo de Buenos Aires, já que costumava hospedar-se nas redondezas.
A breve visita durou menos de 15 minutos, e, quando o Papa já estava saindo, Javier o fotografou na porta. A proprietária da loja, Letizia, presenteou o Papa com um disco de música clássica.
Embora seja incomum que o Papa saia para "andar pelas ruas", não é inédito que Francisco surpreenda e visite algum estabelecimento na Cidade Eterna.
Antes da loja de discos visitada nesta semana, ele foi em 4 de setembro de 2015 até uma ótica no centro histórico para trocar a armação de seus óculos. Em 21 de dezembro de 2016, resolveu ir pessoalmente até uma loja de artigos ortopédicos, próxima do Vaticano.