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Sendo o suicídio pecado grave, quem tira a própria vida está condenado?

DEATH
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Julio De la Vega Hazas - publicado em 14/01/22
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Antes, a Igreja não permitia que os suicidas fossem enterrados em solo sagrado, mas isso mudou

O suicídio é, sem dúvida, um pecado muito grave. Mesmo que seja por desespero, isso não diminui sua gravidade, porque o desespero também é um pecado muito grave.

Tradicionalmente, tem sido incluído entre os chamados "pecados contra o Espírito Santo", aqueles referidos por essas palavras de Jesus Cristo: mas todo o que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno (Mc 3, 29).

Tais pecados são assim considerados porque, por si só, impedem o arrependimento. O desespero, é claro, é um deles, e o suicídio por desespero é o culminar disso. Como aconteceu com Judas.

Portanto, durante séculos pensou-se que o suicídio não tinha salvação. E prova disso é que eram negados ao suicida o funeral e o enterro católico.

Isso mudou por duas razões.

Doenças psíquicas

A primeira é a compreensão atual das doenças psíquicas. Em muitas ocasiões, o que conduz ao suicídio é um forte transtorno mental. Por isso é seriamente questionado, em determinados casos de doença mental grave, se tirar a própria vida seria um ato livre, uma condição indispensável para que um pecado seja tal.

Em muitos casos, levando-se em conta como é a pessoa e como vive, pode-se assegurar que ela não teria cometido suicídio se estivesse em sã consciência.

Última chance

Há, no entanto, outra razão mais profunda. E é que todos, incluindo aqueles que tiram sua própria vida, têm uma última chance de arrependimento no momento da morte.

A anedota de Santa Teresa de Jesus sobre isso é conhecida. Quando soube que um jovem por quem rezava havia cometido suicídio jogando-se da ponte no rio, a santa aproximou-se do Senhor e ouviu a resposta divina: "Teresa, Teresa, não sabes que entre a ponte e o rio estava Eu?" Aparentemente, ele se arrependeu a tempo.

Todo mundo tem essa oportunidade, embora a forma de morte pareça muito mais instantânea. No momento supremo da prestação de contas pela vida, o tempo não conta: tudo é instantâneo. Portanto, em nenhum caso se pode assegurar a condenação eterna de alguém.

De qualquer forma, ainda que se deva reconhecer que quem comete suicídio em sã consciência, movido pelo desespero, tenha uma oportunidade, isso certamente dificulta para si mesmo. A nós cabe rezar por aqueles que fizeram tal coisa.

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