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Que sentido tem a minha vida?

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Ana Lydia Sawaya - publicado em 18/01/22

Para onde está caminhando a minha vida? Só há, na verdade, duas respostas

Um ano que começa é um bom momento para se fazer essa pergunta. Pode ser mais específica: que sentido tem a minha vida?

No filme “O Sétimo Selo”, de Ingmar Bergman (1956), o cavaleiro Antonius Block, enquanto joga xadrez com a morte, lhe pede: “Dê-me ainda tempo”. Mas a morte lhe responde exata: “Todos gostariam, mas eu não concedo trégua”. Depois do duelo entre a morte e o cavaleiro em que, num momento dramático, este se confessa tendo do outro lado do confessionário a morte, o cavaleiro lhe diz: “O meu coração está vazio. Vazio como um espelho para o qual sou obrigado a olhar. Olho-me e vejo só desgosto e medo. Leio indiferença pelo próximo, por todos os meus semelhantes irreconhecíveis. Nele, descubro só imagens de pesadelo”. A vida parece ser um vazio sem fim, e a morte é equivalente a cair no nada, sem esperança.

Como bem nos revela Bergman, essa pergunta é inalienável e sempre jogada diante dos nossos olhos nos momentos de passagem e mais dramáticos da vida: que sentido tem tudo isso? Para onde está caminhando a minha vida? Só há, na verdade, duas respostas: não há sentido nenhum, ou, ao contrário, há um sentido – em tudo há sentido, e aqui não há outra alternativa senão pensar em Deus.

Quem continuar a procurar descobrirá que o primeiro impacto é com o silêncio de Deus. Se este silêncio for acolhido, cheio de interrogação, se a pergunta não for abandonada, logo virá um segundo momento: este silêncio se torna eloquente. O passo seguinte é certo e necessário: é preciso gritar. E o grito deve ser sincero e integral, pois quem chegou até aqui está nu diante do mistério da vida.

É nesse momento que a ausência de Deus se torna um anseio de presença, inextirpável, dentro de si. Agora é necessário um passo de humildade: desistir de afirmar a todo custo a  raiva e o ressentimento pelo vazio experimentado no início, e prestar atenção para poder ouvir a voz sutil que habita no silêncio: você existe porque Eu existo. Há ainda um outro passo e, para este além de humildade, é preciso coragem: quem é Você? E com olhar atento para toda a realidade se começa a buscá-Lo (e, finalmente, começa-se a “ver”)… Até que alguém ou algo nos fale de Deus.

Ele sempre arranjará um meio para se apresentar a quem decidiu fazer esse percurso até o fim. Quando os primeiros cristãos se convertiam e O encontravam, essa experiência era muito conhecida. Um Padre da Igreja, Gregório Nazianzeno (329-390 d.C.), diz em uma poesia:

“Que tirania é essa? / Eu ganhei vida – bem, / mas por que sou fustigado pelas suas ondas violentas? / Eu quero dizer uma palavra audaz, sim, audaz, mas eu quero dizer: / se eu não fosse teu, ó meu Cristo, que injustiça! / Nós nascemos, morremos, chegamos ao fim. / Eu durmo, descanso, fico acordado, ando. / Ora estamos doentes, ora saudáveis, / ora entre prazeres, ora entre problemas. / Compartilhamos as estações solares e os frutos da terra. / Morremos e nossa carne apodrece: / este é o destino dos animais, / que, embora inferiores, são irrepreensíveis. / O que então eu tenho mais do que eles? / Nada além de Deus: / se eu não fosse teu, ó meu Cristo, que injustiça! / Qualquer coisa aqui é transtornada pelas tempestades más da vida. / Cada coisa, aqui, é carregada no tempo como peões que rolam: / Beleza, glória, riqueza, poder, traiçoeira prosperidade. / Eu, ao contrário, abraçado a Cristo, jamais deixarei de ter esperança, / Até que eu veja o esplendor da Trindade única e a imagem antiga, / Herança do grande Deus unida à carne que se fundirá com os celestiais”.

(O São Paulo)

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