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Afeganistão chega ao 1º lugar entre piores países para cristãos hoje; veja outros

Perseguição aos cristãos

bioraven | Shutterstock

Francisco Vêneto - publicado em 21/01/22

País se tornou pior que a Coreia do Norte, que "liderou" o triste ranking durante 20 anos - e isso que a situação norte-coreana também piorou, já sendo péssima

O Afeganistão passou a ocupar um triste 1º lugar na lista dos piores países para cristãos atualmente, “superando” em termos de opressão religiosa a também terrível situação da Coreia do Norte, que “liderou” o ranking da perseguição religiosa durante 20 anos.

Não é que a situação norte-coreana tenha melhorado: o cenário afegão é que piorou drasticamente. Este fato é explicitamente reforçado por David Curry, presidente da organização responsável pela elaboração do relatório, a ONG Portas Abertas, que monitora a perseguição aos cristãos no mundo inteiro. Ele comenta:

“As pessoas não devem interpretar [a mudança no ranking] como se a situação na Coreia do Norte fosse agora mais segura para as minorias religiosas. Na verdade, a situação lá também é pior. E isto, de certa forma, já diz tudo o que você precisa saber sobre como estão péssimas as condições para os cristãos no Afeganistão”.

A segurança dos cristãos se tornou inexistente no país agora controlado oficialmente pelos fanáticos talibãs. De acordo com o relatório “World Watch List 2022”, da Portas Abertas, os poucos cristãos que vivem no Afeganistão precisam fugir ou se esconder: eles são alvo dos talibãs não só por causa da fé, mas também por serem tachados de “traidores do país” e “inimigos do povo”.

David Curry enfatiza:

“As condições dos cristãos nunca foram tão perigosas. Temos que adotar uma ação decisiva para evitar o genocídio religioso contra os cristãos no Afeganistão”.

Piores países para os cristãos hoje

A lista dos piores países para os cristãos hoje continua longa.

Depois do Afeganistão e da Coreia do Norte, o bloco dos 10 piores é completado pela Somália, Líbia, Iêmen, Eritreia, Nigéria, Paquistão, Irã e Índia.

Seguem-se Arábia Saudita, Mianmar, Sudão, Iraque e Síria.

Radicalismos islâmico e hinduísta e ditaduras comunistas

Destes 15 países, 12 perseguem os cristãos por causa do radicalismo islâmico. Os outros 3 são a Índia, onde a causa é o extremismo hinduísta; Mianmar, cujo regime militar ditatorial enxerga os cristãos como inimigos; e a própria Coreia do Norte, cuja ditadura comunista é violentamente antirreligiosa em decorrência da própria ideologia, que é materialista e, por conseguinte, ateia em essência.

Na também comunista ilha de Cuba, as pressões internacionais ao longo de décadas suavizaram a imposição do ateísmo e hoje a religião é tolerada, mas o país continua na lista dos 50 piores para cristãos, na posição 37.

O comunismo é a causa principal da perseguição aos cristãos também na China, que aparece em 17º lugar entre os piores países para cristãos. Teoricamente, o regime de Pequim tolera grupos religiosos, mas exige que sejam cadastrados e fiscalizados pelo Partido Comunista, o que, na prática, elimina a liberdade religiosa e censura severamente a doutrina e o culto. Os mais de 100 milhões de cristãos que resistem à imposição do ateísmo de Estado são alvo frequente de perseguição do governo, sobretudo os que se recusam a aderir às associações controladas pelo regime. No país, além dos cristãos, outras crenças religiosas também são perseguidas, em especial os muçulmanos da etnia uigur. De fato, “em nome dos cristãos e muçulmanos perseguidos na China”, a ONG Portas Abertas está apoiando oficialmente o boicote à edição deste ano dos Jogos Olímpicos de Inverno, sediados em Pequim.

360 ​​milhões de cristãos perseguidos

O levantamento da Portas Abertas quantifica 360 ​​milhões de cristãos perseguidos especificamente por serem cristãos, o que quer dizer que 1 em cada 7 cristãos no mundo é vítima de algum grau de perseguição por causa da fé.

O relatório demonstra que os cristãos são a religião mais perseguida do planeta e, dentro deste grupo, as mulheres cristãs compõem o subgrupo “mais vulnerável do mundo na atualidade”. Elas são alvo permanente de sequestros para conversões forçadas e casamento impostos com muçulmanos, geralmente bem mais velhos, em diversos países islâmicos. Esta realidade é particularmente grave no Paquistão.

Tags:
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