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Por que Bruce Springsteen é um artista católico essencial

Bruce Springsteen

Getty Images via AFP

Octavio Messias - publicado em 30/01/22

Astro do rock louva Jesus e representa valores e uma imagética cristãos em suas canções 

A doutrina, a moral e a fé católicas têm raízes em praticamente toda a cultura ocidental, de modo que não é difícil encontrar ícones da nossa cultura ou da cultura pop que tenham seus laços com o cristianismo. Elvis Presley foi um ótimo exemplo, que frequentava a igreja e gravava um disco gospel entre um projeto e outro encomendado pela gravadora ou pelos estúdios. Existem muitos outros. Artistas que não apenas mantêm um relacionamento pessoal com a igreja, mas que também fazem referência à Bíblia em suas letras e agem de acordo com os valores cristãos.

Como Bruce Springsteen, cantor que ainda no início da carreira capturou a estética, os sonhos e os anseios da classe operária norte-americana em longas narrativas cantadas. Filho de pais e neto de avós católicos, o músico expressa a dor e a glória de trabalhar duro sem nunca perder a fé. Mais do que isso, muitas de suas canções trazem uma imagética que remete a uma visão de mundo católica. “Uma vez católico, não há como fugir”, disse o músico em um especial para o VH1.

Em Born to Run, sua autobiografia, publicada em 2016, o Boss, ou “Chefe”, como é chamado pelos fãs, revela como sua criação católica ressoou por toda a vida e fundamentou sua arte. “No catolicismo havia uma poesia que refletia minha imaginação e o meu eu interior”, escreveu o músico no livro que toma emprestado o título de seu álbum homônimo lançado em 1975. 

The Promised Land

Em The Promised Land,  canção do álbum Darkness on the Edge of Town (1978), o compositor cria uma imagética bíblica situada no deserto norte-americano, em referência ao Êxodo. A canção conta a história de um trabalhador em uma encruzilhada da vida. De um lado estão sonhos destruídos e o desgaste espiritual; a outra estrada é um caminho para algo melhor.

Jesus Was an Only Son

Na faixa Jesus Was an Only Son, do álbum Devils & Dust (1995), o Boss escreveu uma letra que funciona em dois níveis. No primeiro, a narrativa da dor e da solidão que Jesus teria sentido na crucificação. Já o segundo trata de do relacionamento entre Jesus e Maria, e da agonia da mãe ao perder o filho. 

We Are Alive

Na canção, lançada no álbum Wrecking Ball (2014), o compositor fala da entrada na dimensão espiritual após a morte e de um senso de comunidade, fundamental em momentos difíceis. “Embora nossos corpos repousem aqui solitários no escuro/ Nossas almas e espíritos se levantam/ Para carregar o fogo e acender a chama; Para se levantar, ombro com ombro, coração com coração”, dizem alguns versos da canção.

The Power of Prayer

Essas canções e mais Adam Raised a Cain (1978), The Price You Pay (1985), Mary’s Place (2002) ou Rocky Ground (2012), entre tantas outras de teor cristão, são suficientes para uma tese de doutorado. A Letter You (2020), o mais recente disco do Boss, traz canções como The Power of Prayer (O Poder da Oração), Rainmaker (Aquele que Faz Chover) ou If I Was the Priest (Se Eu Fosse o Padre), o que leva muito críticos a considerá-lo o mais espiritualizado na carreira de Bruce Springsteen. 

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