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É certo colocar os pais no asilo?

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Ricardo Sanches - publicado em 02/02/22

Um dilema enfrentado por muitas famílias...

Colocar ou não os pais no asilo? Estamos diante de um dilema que aflige milhões de filhos mundo afora. Trata-se de uma das decisões mais difíceis de se tomar, pois o natural seria que os pais, que cuidaram dos filhos de forma incondicional, pudessem receber a ajuda dos filhos no momento mais crucial da vida deles: a velhice.

De fato, cuidar dos pais idosos, mais do que uma atitude moral e norteada pelos princípios religiosos, é também um dever do cidadão. No Brasil, por exemplo, o Estatuto do Idoso prevê essa assistência, seja por parte da família ou do Estado.

Mas, para muitos filhos católicos, quando não há possibilidade de cuidar de seus pais, vem sempre um sentimento de culpa e ingratidão. Isso porque essas pessoas acreditam que colocar os pais no asilo poderia ferir o quarto Mandamento da Lei de Deus: “Honrar pai e mãe.”

Deixar de honrar pai e mãe?

Imagine a situação: uma mãe ou um pai idoso necessita de cuidados 24 horas por dia. Os filhos, entretanto, precisam trabalhar e cuidar das famílias que construíram. Não têm tempo nem conhecimentos técnicos para ajudar nos cuidados dos pais. Os serviços dos cuidadores de idosos também não atendem à família por vários fatores. O que fazer neste caso?

Friamente analisando, colocar o pai ou a mãe em um asilo seria a melhor opção para eles. Mas todos se questionam: será que papai vai ser maltratado, como acontece em algumas casas de repouso? O que os outros vão dizer ao saber que colocamos a mãe em um asilo? E mais do que isso: com essa atitude estaríamos deixando de honrar nosso pai ou nossa mãe?

Colocar pai ou mãe em um asilo, neste caso, pode ser uma forma de garantir a assistência e honrar quem nos criou com todo amor. Em muitas casas de repouso, os idosos recebem assistência médica e psicológica de boa qualidade, além de companhia e momentos de lazer. Isso garante a eles a dignidade necessária para enfrentar os desafios da terceira idade.

Neste caso, não dá para falar que quem interna os pais em um asilo com essas situações estaria em falta com o mandamento de Deus. Mas há algo a mais para levar em consideração.

Colocar é diferente de abandonar

O que tem que ficar bem claro, entretanto, é: “colocar no asilo é diferente de abandonar no asilo”. Infelizmente, essa é uma triste realidade de muitos centros de assistência aos idosos. Muitos filhos internam seus pais em asilos e casas de repouso e acabam se esquecendo deles lá. Não os visitam nem ligam para saber se está tudo bem. Como se oferecer ajuda financeira para manter o pai ou a mãe em boas mãos seria cumprir o dever como filho.

Não é bem assim…Aliás, cuidar dos pais idosos – independentemente da forma e dos desafios que a tarefa exige – deve ser um prazer, nunca uma obrigação.

Afinal, internar ou não?

Internar ou não um ente querido no asilo? É a pergunta de um milhão de reais, cuja resposta depende apenas da situação de cada família e da maneira como os membros encaram a realidade. E como tomar a decisão e não carregar o sentimento de culpa pelo resto da vida?

O professor Felipe Aquino publicou um vídeo em que dá um conselho para quem vive esse dilema. “Somente em um caso muito, muito especial, em que a família realmente não tem condição nenhuma de ficar com o idoso em casa é que se deve levá-lo para o asilo. Quem passar por uma situação dessas, converse com outras pessoas, quem sabe com um diretor espiritual, para poder colocar as coisas no lugar. É muito difícil, mas na medida do possível, eu pediria que ninguém colocasse um pai ou uma mãe no asilo”.

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