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Quando a vovó é viciada em celular

GRANDMOTHER TALKING

Rawpixel.com | Shutterstock

Zoe Romanowsky - publicado em 02/02/22

Idosos podem ser particularmente vulneráveis ao vício nas telas. Você deveria dizer alguma coisa ou deixar pra lá?

Quando a avó de Joyce foi morar com sua família, houve uma grande surpresa para todos: a vovó era viciada em seu smartphone. Ela trazia o aparelho para a mesa nas refeições, carregava o tempo todo pela casa com ela, passava horas na tela, mesmo quando havia outras coisas que deveria estar fazendo.

A família de Joyce não tinha certeza de como lidar com isso. Quando levantaram a questão, a avó de 79 anos reagiu defensivamente e negou que tivesse um problema. “Preciso ouvir o telefone quando alguém me liga!” – ela insistiu com a família. Mas isso pareceu uma desculpa, já que ela não recebia muitas ligações.

Idosos e celular

A maioria de nós não pensa muito sobre idosos serem viciados em telas — são as gerações mais jovens que supostamente deveriam ter esse problema. De fato, de acordo com o Pew Research Center, 44% das crianças de 18 a 49 anos relatam que estão online quase constantemente.

Mas esse aumento no tempo de tela coincide com um crescimento significativo na adoção da tecnologia digital por idosos também, de acordo com Pew.

Em 2000, 14% das pessoas com 65 anos ou mais eram usuárias de internet; agora 73% são. E embora a propriedade de smartphones fosse incomum em todas as idades por volta da virada do século 21, agora cerca de metade (53%) das pessoas com 65 anos ou mais são proprietárias de smartphones.

Efeitos

Os idosos podem ser particularmente vulneráveis aos efeitos da tecnologia digital. Às vezes, eles estão sozinhos e podem ficar mais isolados. A pandemia piorou muito as coisas. Os idosos também podem ter baixa autoconsciência quando se trata de seus hábitos de vida e habilidades cognitivas diminuídas, o que pode impedi-los de colocar limites apropriados em torno do uso da tela.

Não importa as razões, a conclusão é que os idosos também podem ficar viciados em suas telas. E quando o fazem, nem sempre é fácil saber como ajudar. Os membros da família podem ficar se perguntando se devem incentivá-los a passar menos tempo nas telas ou simplesmente deixar passar.

Conselhos

Se você conhece um idoso que parece viciado em seu telefone ou qualquer outro dispositivo digital, aqui estão algumas coisas a considerar ao discernir se deve dizer algo sobre isso ou não:

  • Se um ente querido idoso mora ou visita sua casa, certifique-se de que ele esteja ciente de que certas regras da casa pertencem a todos. Então, se os telefones deveriam estar fora da mesa durante a hora das refeições, isso significa que a vovó não deve trazer o telefone dela para a mesa. Se os telefones devem ser desligados durante a noite de lazer em família, isso inclui o vovô.
  • Incentive os idosos que você conhece a colocar rastreadores de tempo em seus telefones e dispositivos e a verificar no final do dia ou da semana para ver quanto tempo eles estão gastando ali. Às vezes, apenas ver esses dados pode inspirar alguma mudança.
  • Compartilhe informações com seus familiares mais velhos sobre estudos que mostram a associação entre excesso de uso de telas e depressão e ansiedade.
  • Incentive os idosos a serem mais ativos fisicamente, a conversar em tempo real com outras pessoas com mais frequência, a ler livros ou revistas e a fazer outras atividades que os afastem de seus dispositivos.
  • Convide seus entes queridos a pensar no tempo deles como um dom precioso. Eles ainda têm uma quantidade limitada — eles realmente querem gastar tanto tempo em seus dispositivos? Talvez não.
  • Inspire o comportamento que você quer que seus entes queridos tenham. Pratique o que você prega. Esteja ciente de seus próprios hábitos e tendências e compartilhe abertamente suas lutas e estratégias relacionadas aos seus dispositivos digitais.
  • Por fim, não se esqueça dos aspectos positivos da tecnologia digital — e recomende que os idosos que você ama usem esses pontos fortes. Smartphones e outros dispositivos ajudam muitas pessoas mais velhas a se sentirem mais conectadas e informadas. Se alguém está doente ou limitado em suas habilidades de sair e interagir com os outros, esses dispositivos podem ser uma tábua de salvação. Existem jogos que são bons para o cérebro e informações on-line que motivam e inspiram. Se os idosos estiverem em seus smartphones, incentive-os a usar seus dispositivos de maneiras mais úteis e menos prejudiciais.

Estas são boas práticas para todos nós, não importa qual seja a nossa idade. Se construirmos bons hábitos quando formos mais jovens, ficaremos muito melhores quando chegarmos à velhice.

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