Como seria bom se cada um de nós sentisse o desejo de ser movido pelo Espírito (Lc 2, 22-40). Agimos por bom senso, por emoções, por sensações, por medo, por entusiasmo, mas há um modo de agir que nasce expressamente da vida espiritual, que é agir movido pelo Espírito.
Quem age assim é um pouco como a vela de um barco que é empurrada pelo vento favorável. O Espírito não tira a nossa liberdade, mas a orienta na direção certa. Leva-nos a fazer o que realmente importa, e por isso mesmo nos leva a fazer a vontade de Deus.
Vivemos um tempo em que temos a sensação de que para sermos livres só precisamos fazer o que queremos. Mas a verdade é que, quando pensamos que estamos fazendo algo porque queremos, não percebemos que nossa vontade é muitas vezes condicionada por muitas coisas, e pensa que é livre, mas não é livre.
Só o Espírito nos permite ser verdadeiramente livres e nos deixar fazer o que mais nos realiza. Como no episódio do Evangelho (Lc 2, 22-40), se Simeão não tivesse se deixado guiar pelo Espírito, não teria visto a salvação com seus próprios olhos. Seria bom se cada um de nós se perguntasse o que te move, e se pudesse discernir quando é o Espírito que nos lança para algo, e assim se entregar a isso.
Evangelho segundo São Lucas 2,22-40
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor,
como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor»,
e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor.
Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele.
O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor;
e veio ao Templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito,
Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando:
«Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo,
porque os meus olhos viram a vossa salvação,
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo».
O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que dele se dizia.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição;
e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações».
Havia também uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada
e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela, e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do Templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.