O que é, afinal, a “mansão dos mortos” de que fala o credo católico?
O pe. Cido Pereira, que mantém uma coluna de perguntas e respostas no jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana, recebeu recentemente uma instigante pergunta enviada pela leitora Dina, do Parque São Lucas:
“Quando no Credo falamos ‘desceu à mansão dos mortos’ é uma referência ao purgatório?”
O pe. Cido esclareceu:
“Dina, você vai entender esta verdade de nossa fé se pensar em toda a multidão de homens e mulheres que ansiosamente anunciaram e viveram a expectativa do Salvador, do Messias, desde os nossos primeiros pais até o último israelita.
Pense, Dina, em Noé, Abraão, Isaac, Jacó e seus doze filhos, pense em Moisés e Aarão, pense em Josué e nos juízes do povo, pense nas grandes mulheres bíblicas, pense nos reis Saul, Davi, Salomão. Pense, enfim, nas grandes mulheres de Israel. E pense nos profetas que anunciaram o Messias.
Todos foram para a mansão dos mortos. Cristo foi até eles para que fossem também à redenção. Para eles, a salvação de Cristo aconteceu também de forma retroativa, quando foi ao encontro de todos, quando Ele desceu à mansão dos mortos.
Espero, Dina, que agora, quando você proclamar que Jesus desceu à mansão dos mortos, entenda o devido significado”.
Confira também esta homilia magistral e antiquíssima de Sábado Santo, escrita no século IV por um autor grego desconhecido, sobre a descida de Cristo à mansão dos mortos: