Jesus salva as pessoas, ele não apenas salva suas almas. É por isso que às vezes ele cura, revitaliza da morte, perdoa, restaura a paz, nutre. É o caso do episódio evangélico dos pães e peixes, em que todo o milagre gira em torno de um lanche que não poderia ser servido por falta de provisões:
Responderam-Lhe os discípulos: «Como se poderia saciá-los de pão, aqui num deserto?».
(Mc 8 1-10)
Parece que o realismo dos discípulos é mais real que o de Jesus, mas a lição que Jesus vai dar a todos eles é uma lição que deve ficar gravada em cada um de nós:
Mas Jesus perguntou: «Quantos pães tendes?». Eles responderam: «Temos sete».
Então, Jesus ordenou à multidão que se sentasse no chão. Depois, tomou os sete pães e, dando graças, partiu-os e deu-os aos discípulos, para que os distribuíssem, e eles distribuíram-nos à multidão. Tinham também alguns pequenos peixes. Jesus pronunciou sobre eles a bênção e disse que os distribuíssem também. Comeram e ficaram saciados. Dos bocados que sobraram, encheram sete cestos. Eram cerca de quatro mil pessoas.
Um cristão deve sempre lidar com a realidade, deve ser sempre realista, mas nunca deve esquecer que na realidade não há apenas coisas que se pode contar, mas também há a misteriosa Providência de Deus, que sabe extrair das coisas não só aquilo que precisamos, mas de um modo que ainda sobra no final.
A falta de fé, de fato, sempre se manifesta por meio de um olhar míope em relação à vida. Crer é ter uma perspectiva maior, um olhar mais profundo sobre o que você vê.

