O sentimento de culpa por não estar perto de alguém amado na hora da morte tem pesado sobre muitas pessoas – em especial nesta longa pandemia de covid-19, mas também em todas as épocas e lugares.
Foi este o assunto abordado nesta semana pelo pe. Cido Pereira em sua coluna de perguntas e respostas no portal O São Paulo, da arquidiocese paulistana. Ele recebeu uma mensagem da leitora Madalena, que lhe contou ter sido sempre companheira cuidadosa da mãe. No entanto, quando a mãe faleceu, há seis anos, Madalena morava em outra cidade e não conseguiu chegar a tempo de vê-la, um fato que a perturba muito. “Como se livrar desse sentimento?”, indaga ela.
Eis o que o pe. Cido respondeu:
“Madalena, Madalena: não se preocupe tanto com isso. Você sempre foi uma boa filha e não deixou de ser quando mudou para o interior. Sua mãe adoeceu. A vida é assim. Você certamente com o coração nas mãos veio correndo, mas não deu tempo de ver sua mãe com vida. Paciência, minha querida. A vida tem surpresas bonitas e surpresas tristes. Não há muito sentido em você alimentar no seu coração um sentimento de culpa. Toque em paz a sua vida. Agradeça a Deus a maravilhosa mãe que você teve. E ore por ela. Eu tenho absoluta certeza de que, lá, junto de Deus, sua querida mãe intercede por você”.
O sacerdote finalizou:
“Sabe, minha irmã, quando minha querida mãe faleceu, o querido Dom Paulo Evaristo Arns foi rezar conosco no velório. Eu me lembro, emocionado, das palavras dele naquele momento: ‘Vocês, filhos e netos, agradeçam a Deus, porque ganharam uma intercessora no céu’. É o que eu digo a você e a seus familiares: ‘Deem graças a Deus pela mãe de vocês que está agora junto de Deus!'”.
