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Papa: estamos apegados às guerras, e isso é trágico

POPE FRANCIS AUDIENCE PAUL VI HALL

Antoine Mekary | ALETEIA

Reportagem local - publicado em 20/02/22

Papa Francisco adverte sobre os "ventos ameaçadores que ainda sopram nas estepes da Europa Oriental"

O Papa Francisco falou sobre horror da guerra nesta sexta-feira (18/02), ao receber no Vaticano os participantes da plenária da Congregação para as Igrejas Orientais.

Primeiramente, o Papa recordou o Papa Bento XV, fundador da Congregação para as Igrejas Orientais e do Pontifício Instituto Oriental, no centenário de sua morte, ressaltando que ele afirmou na Encíclica Dei Providentis, que “na Igreja de Jesus Cristo, que não é nem latina, nem grega, nem eslava, mas católica, não há discriminação entre seus filhos e que todos, latinos, gregos , eslavos e outras nacionalidades têm a mesma importância”.

Francisco disse ainda que Bento XV “denunciou a incivilidade da guerra como ‘massacre inútil’. A sua advertência foi ignorada pelos Chefes das Nações envolvidas na Primeira Guerra Mundial. Ignorado foi também o apelo de São João Paulo II para evitar o conflito no Iraque”.

Guerra

Como neste momento, há tantas guerras por toda parte, este apelo tanto dos Papas quanto dos homens e mulheres de boa vontade, não é ouvido. Parece que o maior prêmio da paz deve ser dado às guerras: uma contradição. Estamos apegados às guerras. E isso é trágico. A humanidade, que se orgulha de avançar na ciência, no pensamento, em tantas coisas bonitas, retrocede ao tecer a paz. É campeã em fazer guerra. Isto é uma vergonha para todos: devemos rezar e pedir perdão por este comportamento.

A seguir, Francisco recordou “os conflitos no Oriente Médio, na Síria e no Iraque; os da região etíope de Tigrai; e ventos ameaçadores que ainda sopram nas estepes da Europa Oriental, acendendo estopins e fogos de armas, gelando os corações dos pobres e inocentes”.

Enquanto isso, continua o drama do Líbano, que já deixa muitas pessoas sem pão; jovens e adultos perderam a esperança e deixaram aquelas terras. No entanto, eles são a pátria-mãe das Igrejas Católicas Orientais: ali se desenvolveram, preservando tradições milenares, e muitos de vocês, membros do Dicastério, são seus filhos e herdeiros.

O Papa lembrou que “os católicos orientais vivem em continentes distantes há décadas, cruzaram mares e oceanos e atravessaram planícies. Eparquias já foram estabelecidas no Canadá, Estados Unidos, América Latina, Europa, Oceania e muitas outras são confiadas, pelo menos por enquanto, aos Bispos latinos que coordenam a ação pastoral através dos sacerdotes enviados segundo os procedimentos dos respectivos Chefes das Igrejas, Patriarcas, Arcebispos Maiores ou Metropolitas sui iuris”.

“É por isso que seus trabalhos trataram da evangelização, que constitui a identidade da Igreja em todas as suas partes, aliás, a vocação de cada batizado. E para a missão devemos escutar mais a riqueza das várias tradições”, disse ainda o Papa.

(Com Vatican News)

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