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Pe. Zezinho sobre desastres naturais: onde está Deus?

Natureza, temporais e desastres naturais

HE68 | Shutterstock

Pe. Zezinho - Reportagem local - publicado em 21/02/22

O fato de que nunca houve catástrofes onde moramos não significa que nunca haverá

Diante da frequeência dos desastres naturais e, em particular, das trágicas notícias sobre a devastação provocada em Petrópolis pelo histórico temporal de 15 de fevereiro, que deixou mais de de 170 mortos e mais de 110 desaparecidos até a manhã desta segunda-feira, 21, o pe. Zezinho compartilhou um comentário em sua rede social sobre as dinâmicas da natureza, que não são novidade alguma para nós, humanos, e, mesmo assim, teimamos em ignorar os riscos e não estabelecemos nem exigimos com a devida veemência as políticas elementares de prevenção para a nossa segurança como sociedade.

O pe. Zezinho escreveu sobre os desastres naturais como, justamente, naturais – mas, ao mesmo tempo, passíveis de intensificação em decorrência das ações humanas:

“O que chamamos de ‘natureza’, que às vezes nos encanta e às vezes nos espanta, é a Criação se ajustando. Os humanos ainda não aprenderam a conviver com as outras formas de vida e com a acomodação dos elementos. Esquecem que o mar, as montanhas, os desertos e os vales se movimentam, que a Terra cospe fogo, o planeta cria algumas ilhas e engole outras, o gelo degela e desliza, os rios sobem, o clima muda e ventos às vezes varrem tudo.

O fato de que nunca houve catástrofes onde moramos não significa que nunca haverá. Então, os humanos arriscam e criam cidades, aldeias e vilas onde os estudiosos de geologia preveem mortes. O papel dos políticos e governantes é governar ou dar palpites sobre como utilizar o planeta. E, na maioria das vezes, eles cedem aos que procuram o lucro e, só depois, em última instância, pensam no perigo para a população. Não sendo iminente, deixam as consequências para outros governos… Não tem sido assim no Brasil?

O imponderável pode surpreender-nos em qualquer situação, porque a Terra está sempre em movimento!”

O que Deus e a Bíblia têm a ver com isso?

O sacerdote prosseguiu, comentando sobre os desastres naturais e o quanto eles se relacionam com a exploração inadequada do planeta, muito embora guardem relação também com a ordem da criação:

“Quando a Bíblia nos alerta para a brevidade e para imponderabilidade da vida, é porque há milênios já se sabia que catástrofes acontecem e não há governo no mundo que consiga dominar as fúrias do planeta.

E, então, choramos nossos mortos e recomeçamos. Além disso, como em Mariana e Brumadinho, a catástrofe é ação dos que ferem a Terra em busca de recursos e de lucro. E acham que suas máquinas e explosivos que furam o planeta dominarão a natureza. Não dominam.

Faz milênios que os humanos se perguntam onde está o Deus que criou tudo isto! Se você já se fez esta pergunta, olhe para os humanos e para o que fizeram com o solo, com o subsolo; para as florestas e para os rios aéreos que achamos que são apenas nuvens locais. Há águas subterrâneas, águas de superfícies e águas que voam nos céus! E delas depende a vida que há sobre a Terra. Quando as poluímos, a resposta vem em poucos meses ou anos”.

Progresso sempre; mas com responsabilidade

“É claro que somos pela técnica e pelo progresso. Não estaríamos vivos sem isto, desde o arado e a enxada de nossos bisavós. Mas o progresso precisa dos limites da ética. Não se matam as matas! Quem fez isto causou muitos dos desastres dos últimos cinquenta anos no Brasil. Precisavam arar mais e esqueceram de orar e dar espaço para o verde em suas cidades e municípios. Hoje, muitos respiram poeira em suas cidades em perigosas nuvens de pó”.

O pe. Zezinho finalizou:

“As facas e os fósforos que as famílias guardam na cozinha, mal utilizados, acabam em acidentes domésticos; ou em todo o prédio; às vezes, em toda a vizinhança. Bem utilizados, tornam-se uma bênção.

Não culpem o Criador por nossas malcriações. A Terra quer seu espaço, que ela cede, desde que lhe deixem por onde se movimentar. E isto é catequese católica em prol da vida”.

Tags:
NaturezaPolíticaSociedadeTragédia
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