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Guerra na Ucrânia: famílias se escondem de bombardeio em casa paroquial

Wojna na Ukrainie

SERGEI SUPINSKY/AFP/East News

Efeitos da ofensiva militar russa na Ucrânia

Karol Wojteczek - Gelsomino Del Guercio - publicado em 25/02/22

O bispo da Igreja Greco-Católica em Kiev determinou que igrejas da cidade permaneçam abertas durante a guerra para acolher os necessitados; o próprio líder religioso teve que se esconder no porão de uma igreja por causa do bombardeio

“Esta não é uma guerra contra a Ucrânia, mas uma guerra contra o coração da Europa. Estamos todos sob ataque. É uma guerra contra o mundo inteiro. Rogai por nós enquanto esperamos boas notícias, notícias de paz, porque Deus está conosco e é nossa maior força. Rezemos para que Ele converta os corações”, disse em entrevista à agência italiana SIR, o Pe. Sergiei Palamarczuk, pároco da paróquia greco-católica de Lisichańsk, na região de Lugansk.

Segundo a agência, o sacerdote, que conseguiu estabelecer uma ligação telefônica quando estava no caminho de Muratow para Lisiczanek, levou com ele várias famílias que queriam refugiar-se na sua casa paroquial.

“Neste momento estamos fugindo de Muratow porque há muitas armas lá. Vemos veículos militares, ouvimos os sons de bombardeios e tiros de morteiro. A situação aqui não era segura antes. Muitas famílias fugiram em carros e somos os últimos a deixar a área. Alguns, porém, ficaram porque não sabiam para onde ir. Estamos recebendo más notícias sobre Kiev, Kharkiv, então no momento nenhuma cidade está segura. Quando chegarmos à minha casa em Lisiczańsk, teremos que pensar no que fazer e para onde ir”, relatou o padre.

Apesar das dificuldades em continuar a conversa, Pe. Sergei pediu orações pelo povo ucraniano: “Não deixe de orar por nós. Isso é o mais importante”.

Igrejas abertas

O líder da Igreja Greco-Católica na Ucrânia (e bispo de Kiev), Sviatoslav Shevchuk, ordenou que todos os religiosos mantenham suas igrejas abertas, mesmo com a guerra em curso. A iniciativa visa acolher e dar segurança para “quem precisar”.

É uma decisão forte a do bispo de Kiev, no momento mais dramático da história recente de seu país.

Nas últimas horas, o próprio bispo teve que se esconder, juntamente com outras pessoas, no porão da Catedral da Ressurreição, em Kiev, devido ao bombardeio “intenso” na cidade.

“Temos a experiência da guerra no leste da Ucrânia há oito anos. Tentamos organizar bem a rede de ajuda humanitária, vamos colocar à disposição das pessoas, em caso de emergência, nossas igrejas e os prédios que temos à disposição para salvar cada vida. Recordamos que as nossas igrejas já eram hospitais de campanha na época da Revolução da Dignidade”, lembra o arcebispo de Kiev.

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