O quarto mandamento da Igreja nos convida a jejuar e abster-nos de carne e determina os tempos de ascese (prática que nos leva a uma preparação espiritual) e penitência, como preparação para as festas litúrgicas.
No Brasil, a Igreja define a Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira da Paixão como dias de jejum e abstinência. A recomendação é que nestes dias sejam feitas refeições leves no início da manhã, na hora do almoço e na hora do jantar, além da abstinência de carne.
O jejum e a abstinência devem ser definidos tendo como objetivo principal a santificação.
Catecismo
O Catecismo da Igreja Católica, § 2034, nos diz que (o jejum e a abstinência) “contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos instintos e a liberdade de coração”.
Desta forma, não devem ser feitos apenas como uma obrigação, mas sim como um caminho de crescimento na fé. Ou seja, é um domínio sobre nossas vaidades e paixões, sobre nossas vontades, para que a vontade de Deus se manifeste em nós.
Forma de oração
O jejum também é uma forma de oração. Depois de ser batizado, Jesus se retirou para o deserto e “jejuou durante quarenta dias e quarenta noites” (Mateus 4,2). E também é uma força para seguirmos no caminho da fé. No capítulo 17, Mateus narra a passagem de um menino epiléptico.
O pai recorre a Jesus dizendo que já havia pedido aos discípulos que o curassem, mas não conseguiram. Ao final desta passagem, Jesus diz aos discípulos que “esta espécie de demônio só se pode expulsar à força de oração e de jejum” (Mateus 17,20).
Devemos considerar que o jejum e a abstinência não são formas de regime ou dieta, mas penitências que fazem com que nos aproximemos cada vez mais do Pai.