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Como é o dia-a-dia num mosteiro da Ucrânia em plena guerra?

Pe. Tomasz Samulnik, em mosteiro na Ucrânia durante a guerra

Томаш Самульнік | Facebook

Francisco Vêneto - publicado em 04/03/22

Entre o Santíssimo e as bombas: a torre de TV que foi bombardeada pelos invasores russos fica a poucos metros do convento

Como é o dia-a-dia num mosteiro em plena guerra na Ucrânia?

Quem descreve o cotidiano de uma comunidade de frades dominicanos entre o Santíssimo e as bombas é o padre Tomasz Samulnik, que é polonês, mas vive no mosteiro ucraninao da Mãe de Deus, em Kiev, a cujas portas, há vários dias, já batem os punhos da guerra.

O religioso falou em entrevista ao portal católico suíço Cath.ch.

Algumas informações impactantes do depoimento do sacerdote dominicano:

  • A torre de TV que foi bombardeada pelos invasores russos fica a poucos metros do convento.
  • No convento vivem 5 religiosos, sendo 3 poloneses e 2 ucranianos.
  • Outras 15 pessoas estão abrigadas no convento devido à guerra.
  • “Todas as noites eu me pergunto se vamos estar vivos no dia seguinte”, confessa o padre Tomasz.
  • O estresse é permanente porque não se pode prever qual será o próximo alvo dos ataques. Talvez seja o mosteiro.
  • É angustiante sentir a instabilidade até no número de refugiados, que varia diariamente porque muitas pessoas não sabem se abandonam a cidade ou se ficam para resistir, e, quando ficam, não sabem onde buscar um abrigo razoavelmente seguro.
  • Em geral, pessoas de bairros mais perigosos e sem acesso a abrigos subterrâneos procuram ajuda no mosteiro.
  • Nesta Quarta-Feira de Cinzas, o padre Tomasz foi até um convento das Irmãs da Caridade, a 13 quilômetros de distância, para celebrar a Missa para cerca de 40 fiéis. No trajeto, perigoso, teve de passar por vários pontos de controle do exército ucraniano.
  • Há tensão nas vistorias porque se sabe que há separatistas pró-Rússia infiltrados na cidade.
  • Está em vigor um toque de recolher das 8h da noite até as 7h da manhã.
  • Tem havido combates todas as noites.
  • Toda vez que tocam as sirenes de alarmes, o que ocorre com frequência, os refugiados descem rapidamente para o subsolo do mosteiro.
  • Mesmo durante o dia, qualquer deslocamento está sendo enfaticamente desaconselhado pelas autoridades.
  • Há dificuldade crescente para comprar medicamentos porque muitas farmácias já estão fechadas.
  • Restam vários mercados e lojas abertos, mas com filas de espera cada vez mais longas.
  • Mesmo em plena guerra e apesar da tensão brutal, os frades procuram manter com a máxima normalidade possível a sua rotina de atividades, priorizando as espirituais.
  • A manutenção perseverante da Santa Missa, do terço, da adoração ao Santíssimo Sacramento e da liturgia das horas continua compondo o cotidiano do mosteiro e ajudando a comunidade e os refugiados a alimentarem a esperança e a coragem.

Confira a história de outro sacerdote na Ucrânia em plena guerra: o brasileiro pe. Lucas Perozzi Jorge:

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