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Em tempos de guerra, mulheres guerreiras: o exemplo das santas Perpétua e Felicidade

Santas Perpétua e Felicidade

Public Domain

Francisco Vêneto - publicado em 07/03/22

Uma era mãe de recém-nascido, a outra estava grávida: mas nem isso as fez desistir dos seus valores durante uma brutal perseguição

O testemunho de coragem das santas mártires Perpétua e Felicidade foi dado há mais de 1.800 anos, mas continua dramaticamente atual.

O mundo está novamente às voltas com mais uma guerra: de longe, assistimos estarrecidos a cenas covardes e devastadoras que chegam da Ucrânia, entre as quais as que mostram jovens mães com bebês de colo, forçadas a se despedir dos maridos convocados para o campo de batalha, sem qualquer certeza do futuro, à espera de trens que as levem para fora do próprio país, rumo aos desafios de uma vida como refugiadas em terra estrangeira.

Em meio a esse drama da atualidade, a liturgia da Igreja nos recorda neste dia 7 de março duas grandes mulheres, Perpétua e Felicidade, a nobre e a escrava, ambas de fibra extraordinária, ambas resilientes e imensuravelmente fortes diante da ameaça de morte por causa da fé.

A nobre e a escrava

Perpétua era filha de uma família nobre e tinha um filho recém-nascido. Felicidade era escrava e estava grávida. As duas mães do norte da África foram presas por serem cristãs, durante uma das muitas épocas de perseguição brutal contra os seguidores de Jesus – dessa vez, promovida pelo imperador Severo.

Na prisão em Cartago, onde fizeram questão de ser batizadas, as duas amigas deram prova de coragem e fé sólida.

Felicidade recebeu a graça que tanto tinha suplicado a Deus: a de dar à luz o seu filho antes do dia da execução. Mesmo em meio às dores do parto, ela respondeu ao guarda que a provocava:

“O que sofro agora é fruto da natureza, mas quando for atacada pelas feras, não estarei sofrendo sozinha: Cristo sofrerá por mim!”

Perpétua, no dia do martírio ao lado da amiga Felicidade, também registrou:

“Permanecei firmes na fé e guardai a caridade entre vós; não deixeis que o sofrimento se converta em pedra de escândalo”.

O dia do martírio

Segundo uma narração do século III, Perpétua e Felicidade foram jogadas diante de uma vaca brava, às vistas da multidão reunida para assistir ao “espetáculo”. A primeira a ser atacada foi Perpétua, que não se deixou amedrontar e ainda encorajou Felicidade, que estava no chão. Resistentes, as duas foram retiradas da arena pela porta dos gladiadores vitoriosos.

Foi quando Perpétua voltou a si de uma espécie de êxtase: só então ela perguntou se já era hora de enfrentar as feras. Ao saber que ambas já tinham passado pela arena e saído vivas, ela mal pôde acreditar. Mas a multidão clamou pelo retorno das duas mártires, que se deram um beijo da paz e foram reconduzidas ao local em que a sua morte serviria como abjeta “distração” para um público profundamente degenerado.

Felicidade foi decapitada pelos gladiadores. Perpétua, porém, escapou ao primeiro golpe porque o seu carrasco estava tão nervoso que o errou. Ela própria ofereceu então o pescoço e, assim, morreu pela fé ao lado de Felicidade e de outros mártires que no mesmo dia também foram executados.

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