A vida na África vale pouco, denunciou a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS ou ACN, pela sigla internacional em inglês), mediante o texto de uma Via Sacra composto em 2021 por dom Jesús Ruiz Molina, bispo auxiliar de Bangassou, na República Centro-Africana.
O bispo, que é de origem espanhola, escreveu na ocasião:
A vida na África vale pouco
Segundo matéria da agência portuguesa Ecclesia, dom Molina propôs aos fiéis que meditassem sobre a Paixão de Cristo e, ao mesmo tempo, a vissem refletida no calvário de um continente "escravizado pela ganância, violentado pelo terrorismo, mergulhado tantas vezes numa pobreza quase obscena".
Assim como este panorama se arrastava no continente havia décadas e décadas, nada mudou do ano passado para cá. A "Via Sacra África" segue atual, denunciando desumanidades como a fome, as violências contra as mulheres e o escândalo brutal das crianças-soldado.
A fundação AIS observou, no lançamento do texto, que as reflexões ali propostas "perturbam as consciências" de quem "olha para a África como um lugar subalterno".
O texto da Via Sacra foi editado em formato de livro. Em diversos países, como foi o caso de Portugal, a fundação AIS destinou o dinheiro angariado com a venda dos exemplares a projetos em prol dos cristãos da África, vitimados pela perseguição e pela intolerância religiosa.