A diocese mexicana de Culiacán decidiu negar a Comunhão aos políticos que, embora se declarem católicos, votam a favor de leis pró-aborto. Esses políticos também não poderão ser padrinhos. Culiacán se localiza no estado de Sinaloa, cujo legislativo legalizou recentemente o aborto livre até a 13ª semana de gestação.
Em comunicado oficial, o pe. Miguel Ángel Soto Gaxiola, diretor da Comissão para a Vida, Família, Juventude e Leigos de Culiacán, informou que a decisão da diocese se fundamenta na consideração do “estado de uma pessoa para receber o Corpo de Cristo”. A referência é ao estado de graça, requisito imprescindível para qualquer católico poder comungar sem incorrer em pecado mortal segundo a doutrina da Igreja Católica.
Uma vez que praticar ou facilitar o aborto é pecado mortal, e dado que os políticos que votam abertamente a favor do aborto o fazem de modo público, eles próprios deixam patente que não atendem aos requisitos básicos para receber a Eucaristia.
Em sua carta aos políticos católicos, o padre Miguel afirma:
“Vemos hoje muitas pessoas escandalizadas com a traição pública aos ensinamentos da Igreja sobre a fé e a moral por parte desses legisladores que se dizem ‘católicos’. O questionamento dos fiéis, de fato, faz sentido: como pode um católico que promove abertamente e é a favor de políticas contrárias à vida vir à Missa e se aproximar para comungar? No Magistério da Igreja, o valor da vida sempre e em todos os tempos foi defendido desde a concepção até a morte natural”.
O comunicado diocesano cita a encíclica Evangelium vitae, de São João Paulo II, para reforçar que “nenhuma circunstância, nenhum propósito, nenhuma lei pode tornar lícito um ato intrinsecamente ilícito, pois é contraditório à Lei de Deus, que está inscrita em cada coração humano, conhecida pela própria razão e proclamada pela Igreja”.
Nos Estados Unidos, em 2019, um padre negou a Comunhão a Joe Biden, atual presidente do país, pelo mesmo motivo. Recorde: