As igrejas de Petrópolis reabrem suas portas para as vítimas da nova tragédia que se abateu sobre a cidade neste domingo, 21 de março, pouco mais de um mês após as chuvas históricas de fevereiro, que deixaram 233 mortos e 4 pessoas ainda desaparecidas.
O temporal deste domingo registrou chuvas ainda mais intensas: em 15 de fevereiro, haviam sido 260 milímetros em 24 horas, sendo 250 milímetros em apenas três horas, superando em um só dia todo o esperado para o mês inteiro. Neste 21 de março, a cidade registrou nada menos que a maior chuva da história em 24 horas: foram 534,4 milímetros, o que voltou a provocar alagamentos e deslizamentos.
Embora o novo temporal não tenha tido consequências tão devastadoras quanto o de fevereiro, já foram confirmadas mais 5 mortes em decorrência das chuvas deste domingo, além de 3 pessoas ainda desaparecidas, configurando-se, portanto, uma nova tragédia. Duas mortes ocorreram no Morro da Oficina, no Alto da Serra, uma das áreas mais atingidas no mês passado. As outras mortes aconteceram no bairro Valparaíso e na rua Washington Luiz.
Conforme dados da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, foram registradas 95 ocorrências na cidade ao longo do domingo.
A diocese de Petrópolis reafirmou que "está com suas instalações abertas para receber as vítimas das chuvas na cidade".
A igreja de Santo Antônio, no Alto da Serra, acolheu mais de 90 pessoas. O templo já tinha sido um dos principais pontos de apoio para as pessoas afetadas pelas chuvas de fevereiro, acolhendo então cerca de 250 pessoas. De fato, a igreja ainda mantém 19 pessoas abrigadas desde a tragédia de 15 de fevereiro, pois elas continuam sem ter para onde ir.
Dom Gregório Paixão, bispo de Petrópolis, declarou que acompanha pessoalmente o atendimento às vítimas, tal como fez no mês passado, e que mantém contato com as autoridades municipais e com as lideranças católicas, envolvidas em prestar toda assistência possível às vítimas.
Um dos projetos católicos em ação intensa neste momento é o Presença Samaritana, criado para ajudar os atingidos pelos temporais de 2011, que mataram mais de 900 pessoas na região serrana do Rio de Janeiro. O projeto foi reativado pelo bispo devido às chuvas de 15 de fevereiro.